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Sobrinho de chefe de facção que comanda tráfico no Bairro da Penha é preso

Sobrinho de chefe de facção que comanda tráfico no Bairro da Penha é preso

Sobrinho do chefe da chefe do Primeiro Comando da Capital (PCV), Wahsington foi detido na noite de quinta-feira (30)

Publicado em 1 de maio de 2020 às 11:34

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Preso por envolvimento no tráfico do bairro da penha, Vitória, Washington Damazio da Silva, 24 anos
Preso por envolvimento no tráfico do bairro da penha, Vitória, Washington Damazio da Silva, 24 anos. (Polícia Civil)

Foi colocado novamente na cadeia Washington Damázio da Silva, 24 anos, sobrinho do chefe da facção criminosa que atua no tráfico de drogas da região do Bairro da Penha, em Vitória. Washington foi preso pela equipe do  Departamento Especializado em Investigação Criminal (Deic) na noite de quinta-feira (30) . Ele estava foragido desde o Natal de 2019, quando deixou o presídio após receber o benefício da saída temporária e não retornou após o período determinado. 

O detido é sobrinho de  Carlos Alberto Furtado, o Beto, de 40 anos, que está preso na Penitenciária de Segurança Máxima 2, em Viana, e lidera o Primeiro Comando da Capital (PCV) . A facção exerce fortemente o tráfico de drogas em seis bairros de Vitória, tem como núcleo o Bairro da Penha e conta com Trem Bala, o braço armado da organização criminosa. 

Damázio, como é conhecido no Bairro da Penha, foi abordado na Avenida Leitão da Silva,  que dá acesso ao Bairro da Penha,  em Vitória, por policiais do Deic e da Delegacia de Repressão a Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP). De acordo com a  delegada Rhaiana Bremenkamp, titular da DRCCP,  a abordagem foi feita após denúncia anônima recebida pela unidade policial.  Ele já responde pelo crime de tráfico de drogas. 

Um dos detidos que não teve o nome divulgado pela Polícia Civil aparece exibe arma longa
Um dos detidos que não teve o nome divulgado pela Polícia Civil aparece exibindo arma longa. (Rede Social)

prisão

"Tínhamos uma informação anônima sobre um veículo Vectra suspeito. Entramos em contato com o cerco eletrônico que informou, na noite de quinta-feira, que o carro estaria circulando.  Passou no sentido Serra, para o bairro Hélio Ferraz,  onde acreditamos que tenha permanecido por cerca de duas horas até retornar, momento em que a nossa equipe fez a abordagem", descreveu a delegada.  

No Vectra havia duas mulheres, parentes de Damázio, e também dois homens, que seriam seguranças dele. Porém, nenhuma arma foi apreendida com o grupo. As duas mulheres foram  ouvidas e liberadas pela polícia.

"Não havia arma dentro do veículo e com base no relato dos envolvidos e como é de costume encontrar durante as investigações,  acreditamos que havia um carro batedor.  Na quinta-feira foi iniciada a Operação Visibilidade, com vários pontos de blitz, o que obrigou o batedor a sair das proximidades do carro com os suspeitos", pontuou Bremenkamp

Já os supostos seguranças confirmaram que  acompanham Damázio para garantir a segurança dele devido à participação dele dentro da organização criminosa. Os três foram autuados pelo crime de associação ao tráfico de drogas. 

Para a polícia, Damázio explicou que tinha ido comprar vinhos em  Domingos Martins, onde estão os melhores de acordo com o que informou. No carro foram encontradas garrafas de vinho.  Os três detidos - dois seguranças  não tiveram o nome divulgado pela polícia - foram encaminhados para presídios capixabas. 

ENTENDA

O Primeiro Comando da Capital (PCV) é uma organização criminosa que tem como ponto central e grande articulador Carlos Alberto Furtado, o Beto,d de 40 anos, está preso na Penitenciária de Segurança Máxima 2, em Viana.

Em fevereiro, apontado como sucessor de Beto no gerenciamento da movimentação do tráfico de drogas, Geovane Andrade Bento, o Vaninho, de 24 anos, foi preso em Guarapari, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele já havia sido preso em 2016 sobre a acusação de cinco homicídios e até de uma tripla tentativa de assassinato na cidade de Aracruz, depois de três anos sendo procurado pela Polícia Civil capixaba.

Vaninho era o homem que mantinha a administração do tráfico nos bairros de São Benedito e Alto Itararé, que integram a região de domínio de Beto.

Ele divide o alto escalão do tráfico com Fernando Moraes Pereira Pimenta, o Marujo, que desafia a polícia. Procurado desde 2017 e com pelo menos quatro mandados de prisão em aberto, ele é a única liderança do tráfico, e seguidor das ordens de Beto, que ainda continua livre e escapando das inúmeras operações policiais.

São eles que têm determinado as principais ações que resultam em conflitos nos bairros de Vitória e em outras cidades capixabas. E foi de lá que partiram as ordens para os ataques armados,  depredações de veículos e lojas, ônibus e carros incendiados, vias interditadas, atendimento público suspenso em escolas, unidades de saúde, comércio fechado. Em meio ao conflito, uma população refém do medo.

Fato semelhante já havia sido registrados em algumas destas avenidas, como a Leitão da Silva, em ocasiões anteriores, assim como nos bairros Alagoanos, Caratoíra, Piedade, Fonte Grande, Ilha do Príncipe, dentre outros. O mais recente conflito ocorreu no início deste mês, com intensa troca de tiros que envolveu as comunidades da Piedade, Fonte Grande e Moscoso. Desde então, a região que reúne os bairros da Penha, Bonfim, São Benedito, Consolação, Gurigica e Itararé está ocupada pela Polícia Militar por tempo indeterminado.

Além do grupo do PCV, há outra resistência, que seria liderada pelos "Irmãos Veras", de acordo com informações da polícia. Teriam sido eles que lideraram o ataques ao morro do Moscoso e a Piedade, além de gerarem conflitos com as lideranças do PCV.

Há ainda outro grupo autônomo em Andorinhas, que não aceita a liderança do PCV, criando uma facção local. Atuam na região do bairro conhecida como Mangue Seco.

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