Paz. Sossego. Liberdade. Três sensações que são comumente associadas à vida no campo. Condição que perdura no imaginário de quem sonha em deixar a agitação e os perigos urbanos em busca de mais tranquilidade no meio rural. Porém, esse cenário de “paraíso” vem sendo abalado por episódios constantes de violência no Espírito Santo. Assaltos, agressões, sequestros, famílias mantidas como reféns, entre outros casos, tornaram-se frequentes, o que demanda ações da segurança pública para que a violência rotineira das cidades não se alastre igualmente para a zona agrícola capixaba.
São crimes que revoltam não só pelas perdas materiais, mas também pela violência empregada. Como ocorreu com os dez membros de uma família, que foram mantidos em cárcere privado e aterrorizados por criminosos armados e encapuzados durante assalto a uma fazenda no Córrego Dr. Benvindo, região de Novo Brasil, em Governador Lindenberg, no Noroeste do Espírito Santo. Cerca de 15 homens participaram da ação, levando 140 sacas de café, quatro carros, uma pistola 9 milímetros, dinheiro em espécie e materiais agrícolas.
Em Boa Esperança, também no Noroeste, um agricultor passou cerca de seis horas sob a mira de três suspeitos armados. Ele foi agredido com chutes e teve o sítio roubado. Segundo a polícia, os criminosos levaram três toneladas de pimenta-do-reino, R$ 2 mil em dinheiro, perfumes, roupas, um trator e ainda uma carroça da propriedade.
Nem idosos escapam da brutalidade dos criminosos. Um fazendeiro, de 80 anos, foi espancado durante assalto à propriedade onde mora, em Ecoporanga, no Noroeste. A vítima levou golpes na cabeça e no tórax por várias horas. Com fratura no nariz e oito costelas quebradas, ele foi internado em estado grave após a agressão sofrida. Os criminosos roubaram vários pertences, entre eles 15 armas de fogo e R$ 20 mil em dinheiro, além de talões de cheques, munições e um carro.
Em menos de uma semana, a polícia prendeu os dois suspeitos desse assalto, em São Mateus, no Norte do Estado. Eles participaram do crime enquanto estavam no benefício da saída temporária do sistema prisional. É essa a agilidade que se espera das forças policiais. Não dá para tolerar que bandidos capazes de tamanha violência estejam à solta. Tais ocorrências precisam acender o alerta da segurança pública quanto à necessidade de reforçar o policiamento também nas regiões mais distantes dos centros urbanos.
À medida que se aperta o cerco à violência na Grande Vitória, a tendência é que ocorra uma migração de criminosos para as cidades do interior, onde o contingente de segurança pública costuma ser menor. Para os bandidos, trata-se de uma questão de oportunidade – e risco mais baixo de serem detidos em flagrante. É preciso aumentar o aparato e a repressão policial para que a área rural capixaba não se torne terreno fértil para a bandidagem, com uma estratégia de combate ao crime tão firme quanto a aplicada na Região Metropolitana.
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