Mel Lisboa e Marcello Airoldi vão protagonizar a peça "Misery - Louca Obsessão". Crédito: Leekyung Kim
A história é capaz de gelar a espinha até dos mais corajosos. "Após sofrer um acidente de carro, o escritor Paul Sheldon, conhecido pela série de best-seller sobre a personagem Misery Chastain, é resgatado pela enfermeira Annie Wilkes. Autointitulada a principal fã do autor, Annie se revolta com o desfecho trágico de Misery, submetendo o escritor a uma série de torturas e ameaças".
Se você refrescar a memória, relembrará que essa história macabra é a premissa de "Louca Obsessão", filme que deu o Oscar de Melhor Atriz a Kathy Bates em 1991, tornando-se um dos sucessos mais populares de Hollywood na época. Baseado na obra do mestre do horror Stephen King, o texto, consagrado na Broadway por Willian Goldman, chegará aos palcos brasileiros em 2022 com "Misery – Louca Obsessão", pelas mãos da produtora capixaba WB Produções.
Nos palcos nacionais, entre insanidades e torturas (tanto físicas quanto psicológicas), os atores escolhidos para viver Paul e Annie são Marcello Airoldi e Mel Lisboa. A estreia acontece em 4 de fevereiro, em São Paulo, com temporada que segue até março.
Bruna Dornellas, uma das cabeças da produtora capixaba ao lado de Wesley Telles, adianta que "Misery" deve aportar nos Espírito Santo no final de 2022.
"Depois de São Paulo, seguiremos para o Rio de Janeiro e ficaremos em cartaz até maio. Precisamos conciliar as agendas dos atores. O Marcelo (Airoldi) está participando de uma novela no SBT. Mel, por sua vez, começará a gravar a próxima trama das 19h da Rede Globo. Assim que eles se liberarem desses compromissos, faremos uma turnê pelo Brasil e o Estado certamente será uma das nossas prioridades", complementa.
Mel Lisboa encara a sombria Annie Wilkes na nova versão de "Misery". Crédito: Leekyung Kim
"Misery" teve duas montagens nacionais para o teatro. A primeira, de 1994, com o título de "Obsessão", foi dirigida por Eric Nielsen e tinha como o casal protagonista Débora Duarte e Edwin Luisi. Em 2005, foi a vez de Marisa Orth e Luís Gustavo interpretarem a peça sob o comando do espanhol Ricard Reguant.
"É o projeto mais ambicioso da WB, especialmente por ser a adaptação fiel do texto da Broadway", responde Bruna. "Estamos 'gestando' a montagem desde 2014 e conseguimos a liberação para a adaptação no Brasil em 2017. O escritório de Willian Goldman faz questão de supervisionar como será a adaptação em cada país, exigindo excelência de produção e adaptação de texto para outros idiomas", adianta a produtora cultural.
"Em 2020, veio a pandemia e tivemos que dar um tempo na produção. Agora, conseguimos tocar o projeto, que tem direção de Eric Lenate, um artista moderno, que mostrou talento em montagens como 'Love, Love, Love' (adaptação do intenso texto de Mike Barlett). Em 'Misery', Lenate também assina a arquitetura cênica e os adereços. Ele optou por um cenário circular, que leva o público a uma maior imersão na história, com uma sensação de passagem do tempo entre quatro mundos: um quarto, uma cozinha, um corredor e uma varanda", pontua Bruna.
DESAFIO
Conhecida por sua beleza e sensualidade, especialmente pela inesquecível performance em "Presença de Anita", minissérie que a revelou para o estrelato, Mel Lisboa tem o desafio de encarnar uma personagem dura, cruel e com sérios distúrbios de personalidade, que caiu no imaginário popular graças à soberba atuação de Kathy Bates nos cinemas.
"Mel casa perfeitamente com a roupagem mais contemporânea que queremos dar à personagem. Não queremos mostrá-la apenas como uma mulher louca e obcecada, mas sim atraente, capaz de seduzir Paul. O escritor, por sua vez, não será apenas a vítima da história, mas sim um homem de várias facetas e camadas", detalha Bruna, elogiando tanto as escolhas de Mel quanto de Marcello.
Baseado na obra de Stephen King, "Misery" estreia nos teatros brasileiros em São Paulo, em fevereiro. Crédito: Leekyung Kim
Mel Lisboa é uma atriz obstinada, estudou o texto com afinco e leu a adaptação em inglês para conhecer as nuances de Annie Wilkes. Por sua vez, Marcello Airoldi tem uma presença forte no teatro, com atuações marcantes em peças como os 'Os Intocáveis' (ao lado de Ailton Graças) e 'Amor Profano' (em parceria cênica com Vivianne Pasmanter). Ele tem a personalidade necessária para viver o Paul que desejamos nessa nova adaptação
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