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Publicado em 24 de junho de 2022 às 17:17
Após quatro anos de portas fechadas, o Teatro Carlos Gomes, maior templo da cultura capixaba, começa a ver sua tão sonhada reforma sair do papel. Nessa quarta-feira (22), de acordo com a Secretaria Estadual de Cultura, o aparelho recebeu a tapumagem necessária para o início das obras, após liberação de um alvará concedido pela Prefeitura Municipal de Vitória.
Em entrevista a "HZ", Fabricio Noronha, secretário estadual de cultura, informou que o prédio provavelmente deve entrar em restauro ainda neste primeiro semestre.
"A previsão é que a reforma (assim que começada) dure cerca de dois anos. Todo recurso vem da iniciativa privada. São R$ 10 milhões da EDP e R$ 10 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)", esclarece.
"Desde que a gente assumiu a gestão, em 2019, o Carlos Gomes tem sido uma das prioridades. O novo projeto arquitetônico ficou pronto em dezembro do ano passado, e conseguimos, graças a um edital do BNDES, a captação dos recursos necessários para terminar a obra. Essa verba foi conseguida por meio da Lei de Incentivo à Cultura".
Sem funcionar desde dezembro de 2017 (por conta de problemas no ar condicionado e no telhado), o patrimônio ganhará melhorias de acessibilidade, acústica, climatização e iluminação.
O projeto também prevê o restauro dos ornamentos, piso, pinturas e mobiliário, além da instalação de novos camarins, vestiário, banheiros e elevador. O local ainda terá uma nova entrada e bilheteria, além de um Café no foyer superior, que será aberto ao público e contará com um espaço expositivo.
"O projeto será executado pelo Instituto Modus Vivendi. Será uma reforma profunda e inédita, que trabalha toda a parte cenotécnica, de ar condicionado e elétrica, dando um novo dinamismo de uso para além dos espetáculos. Pensamos também na questão da acessibilidade, tanto no palco como nos andares do teatro", adianta o gestor.
Em entrevista ao portal A Gazeta, Noronha já tinha destacado que o restauro deve manter intacta a arquitetura do prédio, inaugurado na década de 1920, preenchendo a lacuna deixada pelo Teatro Melpômene, demolido após um incêndio.
"O café é um ponto muito legal do projeto, com o espaço expositivo no terceiro andar, onde hoje é o foyer. Esses espaços vão ficar abertos direto, não só em dia de espetáculo, para proporcionar aos moradores e turistas a experiência de 'participar' do Carlos Gomes", destaca.
Durante análises do local, os técnicos não só descobriram pinturas nas paredes que estavam tampadas por camadas de tinta, como também o piso original do teatro, que está por baixo do atual revestimento.
"Todas as pinturas da parede serão recuperadas e o ladrilho, que é hidráulico antigo e está no chão, terá uma parte do piso colocada em vidro para que os visitantes possam ver o revestimento original, como se fosse uma janela. No espaço do Café, também haverá uma espécie de exposição com fotos nas paredes contando a história do Carlos Gomes”, destacou o secretário estadual de cultura.
Em 2019, o Governo do Espírito Santo fez o levantamento e diagnóstico das necessidades para a reforma e restauro do teatro. Em 2020, foi executado o processo de licitação e contratação do projeto arquitetônico no valor de R$ 337 mil. A última grande reforma que o Teatro Carlos Gomes recebeu foi em 2010, com investimento de R$ 630 mil.
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