Administrador / [email protected]
Publicado em 26 de abril de 2022 às 23:00
Como diz Chico Buarque, "não existe pecado do lado de baixo do Equador". Para constatar, basta ver a força que a prática do swing (troca de casais) vem ganhando ao redor do país.
Segundo pesquisa recente realizada pela rede social Sexlog (maior plataforma de swing da América Latina, com mais de 17 milhões de inscritos), que ouviu mais de 30 mil pessoas, quase 50% dos entrevistados já praticaram o cuckold, vertente do swing em que o parceiro sente prazer ao ver (ou saber) que sua parceira tem relação sexual com outro homem, o popular corno, mas, neste caso, com consentimento (o que é mais gostoso!).
E por falar no corno (posição muito desconfortável para alguns homens, diga-se de passagem), existe um dia especial "dedicado" a eles, "comemorado" na última segunda-feira (25). A data tem inspiração na Igreja Católica, mais precisamente na celebração a São Marcos, desde meados do século XVIII.
Naquela época, os fiéis, em procissão, levavam ao altar do santo uma coroa com um corno de animal na ponta. Na missa, os vigários coroavam os homens casados. Desde então, esse tem sido o dia de louvação aos "chifrudos", quer dizer, maridos traídos.
Voltando ao mundo moderno, muitos homens acham interessante ser "traídos". De acordo com o levantamento do Sexlog, 86% dos homens solteiros entrevistados topariam realizar o fetiche do cuckold sem pensar duas vezes, caso tivessem oportunidade, ou seja: os entrevistados que não beberam dessa água, estão loucos para beber.
Para Mayumi Sato, CMO do Sexlog, a pesquisa reforça que os fetiches vão muito além da visão simplória do significado da palavra traição, um assunto eternamente tabu na sociedade.
"Como todos sabem, a forma de se relacionar mudou e hoje é possível discutirmos sobre diversos fetiches, conforme o acordo de cada casal. Existe algum problema se o homem gostar de 'ser corno', se for com consentimento e responsabilidade? São as reflexões que gostaríamos de propor com a pesquisa", explica, ressaltando dados do levantamento que soam "excitantes" para algumas pessoas e que comprovam que a prática do swing está ganhando muitos adeptos no Brasil.
Na enquete, por exemplo, há uma diferença básica entre o significado de ser traído e ser amante. Cerca de 30% dos entrevistados responderam que preferem ser o corno e 60% gostam mais de estar com a mulher alheia.
E, falando no terceiro elemento, conhecidos como "comedores" (normalmente homens solteiros que gostam de sair com casais), 35% revelaram preferir que o marido assista, enquanto 25% fazem questão da participação do marido no ato.
Conversando com alguns swingueiros, constatamos que existem homens que aceitam ter relações sexuais com ambos, onde o marido é chamado popularmente de "corno ao extremo", uma prática que vem se naturalizando no mundo swing, mesmo que de forma mais lenta.
E por falar nesse tipo de fetiche, digamos, mais ousado, ele confirma um lema entre os praticantes, visto quase como um mantra: "Todas as fantasias são permitidas nesse universo, sem tabus ou preconceitos, desde que consentidas por ambas as partes". Nesses encontros, o clima esquenta, com a libido em alta, leve e solta! Uma "baguncinha" deliciosamente organizada.
Ainda sobre os maridos mais ousados, 67% disseram que gostam de registrar a esposa transando com outro. Mas, para que isso aconteça de forma confortável, é essencial ter cumplicidade e isso foi comprovado pela pesquisa, uma vez que 61% dos entrevistados optam pela opinião do parceiro(a) no momento de escolher o homem que será o terceiro elemento. Segundo experiências "swingueiras", em alguns casos, o marido escolhe o parceiro que ele deseja ver tendo relações sexuais com a mulher.
Lembra que no início do texto classifiquei o swing como uma "baguncinha" organizada? Pois sabia que nesse jogo de sedução cada pessoa possui uma posição determinada.
Além do "comedor", normalmente o solteiro responsável por realizar as fantasias do casal, existe a hotwife, a mulher (soberana e em posição de domínio) que decide até onde o encontro sexual pode seguir, e o "corninho", marido que sente prazer ao ver a esposa tendo relações sexuais com outra pessoa.
E elas (as esposas) são bem "abusadinhas"... De acordo com a pesquisa, 63% das hotwifes preferem que os maridos participem da transa, ou seja: ele ficar apenas olhando não satisfaz plenamente o tesão dela.
Pouca gente sabe, mas existe até a "Geografia do Cuckold". Calma, vamos explicar... A pesquisa do Sexlog separou os entrevistados por estados e o resultado foi, no mínimo, curioso.
O Distrito Federal, por exemplo, foi o estado em que mais pessoas responderam que tinham conhecimento sobre o fetiche/termo cuckold, com 80% de respostas afirmativas. No entanto, foi no Pará o registro do maior índice de participação neste fetiche: 53% afirmaram que já estiveram envolvidos na prática, seguido por Rio de Janeiro e São Paulo, com 50% e 46%, respectivamente.
Dados estatísticos à parte, vamos ao que realmente importa, o calor humano das relações sexuais. O que querem (e desejam) as mulheres, no caso as hotwifes, com esse tipo de prática?
A resposta soa simples para uma das entrevistadas pela pesquisa, que não teve o nome identificado. "O que mais agrada no cuckold é o fato de ser desejada pelos dois homens e me entregar apenas para quem eu quiser, enquanto o outro fica apenas olhando. Isso não tem preço”.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta