Rei Charles III sofre de rosácea vascular. Crédito: Reuters/Folhapress
A morte da rainha Elizabeth 2ª, no último dia 8 de setembro, fez com que o mundo voltasse a atenção para o príncipe Charles, de 73 anos, que assumiu o trono da monarquia inglesa. O novo rei da Inglaterra, agora conhecido como Charles III, herdou as responsabilidades antes atribuídas à sua mãe e segue com o início do seu reinado. Mas por que estamos falando sobre isso?
Um dos assuntos mais comentados nos últimos dias teve a ver não só com a monarquia em si, mas com um fator estético. O rosto avermelhado de Charles foi notado por milhares de pessoas, gerando uma discussão sobre sua condição dermatológica e estado de saúde, consequentemente.
O que Charles possui é conhecido como rosácea, uma condição inflamatória crônica que afeta a pele e os olhos. Segundo a dermatologista da Unimed Vitória, Yara Santos Rosetti, existem diversos fatores que contribuem para o aparecimento dessa vermelhidão.
“Existe muito a se descobrir sobre a rosácea, mas podemos citar os fatores vasculares, aumento de ácaros na pele e o desbalanço do sistema imunológico (que se torna hiperativo), liberando proteínas inflamatórias. Essas, são hoje, as principais causas dessa condição”, afirmou a médica.
Quem também sofre com a condição é o goleiro Alisson Becker, da seleção brasileira. Inclusive, ele virou assunto em 2018 quando apareceu com o rosto repleto de marcas.
O goleiro brasileiro Alisson sofre de rosácea. Crédito: Reprodução/Liverpool FC
Os sintomas mais comuns estão ligados à pele e olhos. A vermelhidão pode ser difusa ou localizada na bochecha e no nariz, provocando sensação de calor, queimação, inchaço e até o aparecimento de bolinhas vermelhas com pus e vasinhos no rosto. Além disso, é normal que a pele fique mais sensível a mudanças de temperatura. Já nos olhos, os sintomas variam desde vermelhidão, coceira, sensação de “corpo estranho”, secura e lacrimejamento.
De acordo com a Dr. Yara, não existe um perfil específico para apresentar essa condição. Entretanto, ela ressalta que pessoas de pele clara, entre 30 a 50 anos, e descendentes de europeus e irlandeses são mais propícios a terem essa vermelhidão no rosto.
É importante observar ainda quais são os sintomas que aparecem para poder identificar no tipo de rosácea que o paciente tem. No caso do rei Charles III, a dermatologista revelou que provavelmente o monarca apresenta uma condição do tipo vascular - geralmente atrelada a características específicas, como a vermelhidão fixa no rosto.
“Existem vários tipos de rosácea, como a eritêmato-telangiectásica (vascular), a papulopustulosa, nodular e fimatosa. Pelas fotos que aparecem na mídia, o Rei Charles III aparenta ter rosácea vascular por conta de uma vermelhidão fixa, leve inchaço e vasinhos na pele”, disse a Dr.
NÃO EXISTE CURA
A médica explica que por ser uma disfunção imunológica, é difícil evitar a doença e também não existe cura para ela, mas há maneiras de controlar. Segundo a dermatologista, é fundamental ter um diagnóstico preciso antes de começar a cuidar dessa condição.
“O diagnóstico nem sempre é fácil, a rosácea pode ser confundida com alergia, acne do adulto e dermatite seborreica (seborreia). Não é raro ter sobreposição da rosácea com essas doenças, mas o dermatologista consegue diagnosticar essas diferenças", diz a médica.
Rosto com rosácea. Crédito: Shutterstock
TRATAMENTO
O tratamento depende da fase em que a doença está. Uma dica é fazer um diário para perceber quais são os gatilhos de piora da rosácea e observar o que contribui para estabilização do quadro. De acordo com a Dr. Yara, essa condição é uma “montanha russa” e possui períodos de melhora e piora.
“Há fatores desencadeantes para a rosácea, como tempo frio ou calor, exercícios físicos, exposição ao sol, estresse, ansiedade, álcool, vento, bebidas quentes e alimentos condimentados. Por isso, uma das recomendações é o uso de filtro solar e sabonetes específicos, pois ajudam a melhorar a barreira da pele”, explicou a médica.
“Dependendo do caso, o tratamento também pode envolver probióticos, medicações específicas antimicrobiana tópica e oral, antiparasitários, como ivermectina tópica e isotretinoína em baixas doses. Além disso, laser e luz pulsada são excelentes para os vasinhos que se formam na pele”, completou.
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