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Publicado em 16 de abril de 2022 às 08:00
Astrologia adivinha o futuro? Quem nunca fez uma consulta astrológica costuma imaginar que o astrólogo será totalmente preditivo, dizendo à pessoa se e quando ela irá casar, ter filhos ou acontecerá algo marcante em sua vida.
De acordo com esta visão, a Astrologia teria o poder de antecipar acontecimentos já prontos em algum lugar do futuro. E, enquanto alguns se sentem atraídos por isto, outros ficam apavorados com esta perspectiva. Mas é assim mesmo?
Antes de entender melhor se a Astrologia adivinha o futuro, confira aqui o seu Horóscopo Personalizado do Personare, que traz os trânsitos astrológicos que você está vivendo, ou seja, as previsões com base no seu Mapa Astral.
Há muito tempo era assim. Pense no século 18: a vida das pessoas era extremamente previsível. O caminho de todos era tentar realizar um casamento adequado e ter filhos. Quem possuía bens provavelmente os conservaria e os mais pobres dificilmente teriam chances de ascensão.
As profissões eram muito limitadas, basicamente divididas entre intelectuais e serviçais. Em suma, as pessoas tinham muito poucas opções – muito diferente do que acontece hoje em dia – e a arte de prever não era tão complexa assim.
As pessoas não podiam fazer coisas muito diferentes do programado. Por isto, quando os astrólogos viam épocas mais conturbadas, relatavam apenas em acontecimentos materiais, como perda de dinheiro e outras.
Não se falava em mudança de consciência, capacidade de perceber novas coisas, dar viradas na vida, etc.
Claro que, com existência muito mais rica e complexa, a visão de mundo se alterou e a forma de entender e praticar a astrologia teria de acompanhar isto.
O ser humano ganhou muito mais liberdade, deixou de raciocinar apenas em termos duais (algo só pode ser bom ou ruim), e a sua capacidade de reação também aumentou. Antigamente, a uma mulher separada só restava uma vida de ostracismo e vergonha.
Hoje ela faz um novo corte de cabelo e vai para o exterior fazer um intercâmbio, onde conhece novas pessoas. Será que a Astrologia não teria que necessariamente acompanhar a mudança de um ser humano que se tornou muito mais livre e criativo?
Ler os astros é decodificar e entender símbolos, pois os planetas são símbolos e os signos, também. Ocorre que cada símbolo tem muitos significados.
Há poucas décadas, predizer e acertar (não importa se coisas bem negativas e limitantes) era exatamente o que se esperava de um astrólogo. Quanto maior a taxa de acerto, mais ele seria respeitado.
Não vamos dizer que não há certo consolo na astrologia tipicamente preditiva. Se você realmente se sente limitado aos 29 anos, pode respirar aliviado e dizer “bem que a Astrologia me avisou”.
Mas não seria interessante ir pouco além disso e perguntar: “estou me sentindo limitado por quê? O que há em jogo? Por que está acontecendo isto? E, quem sabe, há algo que eu possa fazer para alterar alguns dos, digamos assim, sintomas menos agradáveis?”. Em suma: como lidar melhor com este momento?
A nova Astrologia se preocupa em ir além das predições. Na verdade, há ocasiões em que até tenta evitá-las, por uma única razão: predizer, algumas vezes, pode influenciar uma pessoa, que pode achar que só existe uma única forma de algo ocorrer e não é assim, devido ao que foi explicado acima sobre as várias manifestações de um símbolo.
Eis, portanto, o grande problema da Astrologia tipicamente preditiva: ela quer acertar, e não discutir, explicar.
Continuando com o exemplo do retorno de Saturno aos 28/29 anos, para quem está sem uma direção profissional e financeira, esta pode ser uma fase bastante penosa, porque Saturno é como se fosse o cobrador dentro de nós.
A sensação de que há algo errado poderá resultar em sentimentos de depressão e baixa autoestima. Mas para quem já encontrou seu rumo, os 28/29 anos podem ser, justamente, o momento de começar a ser reconhecido e iniciar uma ascensão profissional.
Muito diferente, não? Entretanto, mesmo uma pessoa bem-sucedida profissionalmente poderá se sentir cobrada, mas desta vez em outra área que ela não tenha resolvido. Mas o peso desta cobrança será menor de quem ainda não se achou no campo material.
Deu para compreender? Mesma idade e trânsito, mas, como as situações são diferentes, as manifestações também o são.
Ainda falando sobre o retorno de Saturno (entenda mais aqui), cabe dizer que esta é uma época em que temos de amadurecer e nos tornar mais realistas, centrados, organizados.
Se estamos, em alguma área de nossa vida atuando de maneira muito contrária a isto, vamos sentir os efeitos negativos de Saturno, que são os sintomas depressivos, a dor na coluna (a qual, a esta altura, você já deve ter percebido que não é obrigatória), a sensação de estar velho, etc. Ou seja, vamos vivenciar o símbolo de Saturno no que há de mais severo e negativo nele.
A Astrologia tipicamente preditiva coloca, portanto, os sintomas na frente das causas e explicações. Mas muita gente gosta dela e quer ir a um astrólogo para escutar a previsão sair pronta e acabada. É uma questão de preferência.
Mas se este não é o seu perfil, existe uma outra Astrologia, na qual você vai se informar sobre o seu momento, o que é diferente de predição. Digamos que possa ser uma Astrologia de previsão, mas, sobretudo, de explicação.
Ela pode falar de possíveis sintomas, mas também de maneiras de suavizá-los ou de outros usos mais produtivos do mesmo símbolo numa dada época. Ela tenta, portanto, passar uma ideia muito mais abrangente da atuação de um símbolo em sua vida. Além disso, ela transfere mais poder e, consequentemente, mais responsabilidade para você.
Uma das razões pelas quais algumas pessoas preferem a Astrologia tipicamente preditiva é não ter que ser responsável.
Para elas, parece ser mais fácil ouvir “você está em um mau ano” ou “você vai conhecer a pessoa dos seus sonhos” (independente de isto se realizar ou não), do que “existem algumas dificuldades, mas você tem também tais e tais oportunidades” e “você está muito propenso a encontrar relacionamentos este ano, mas faça por onde”.
Aqueles que entendem que a vida requer um esforço diário de criatividade, atenção, iniciativa vão gostar mais da Astrologia para pensar. Vão preferir conhecer suas alternativas, propensões, possibilidades.
Predições são confortáveis, porque são prontinhas, mas limitam. E também estão sujeitas a erros, pois se baseiam em apenas uma leitura do símbolo.
Mas ela também coloca à disposição da pessoa toda uma inteligência para lidar com o céu, diminuir efeitos negativos e também compreender o significado por detrás do que está acontecendo.
Para a Astrologia para pensar, nada é por acaso e tudo envolve um aprendizado. Ela vê cada ser humano como um heroi em busca de superação e o astrólogo seria como o fiel escudeiro ou, mais modernamente, o coaching – tentando ajudá-lo a enxergar sempre além.
Alguém já disse há muito tempo que conhecimento é poder. Você concorda? Então talvez vá gostar da Astrologia para pensar, por que o que ela quer oferecer não é predição, mas, principalmente, conhecimento.
Vanessa Tuleski dá consultas astrológica-terapêuticas pessoalmente e online. É autora do ebook “Signos astrológicos – as doze etapas para a auto-realização”. Trabalha com o Iluminare, terapia que acessa o inconsciente e que tem seus fundamentos no Xamanismo. É idealizadora do curso Alimentação no Mapa Astral no [email protected]
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