Como a relação com os pais impacta nosso amor-próprio

O caminho seguro para melhorar nossa relação com a gente mesmo é curar a ligação com pai e mãe

Vitória
Publicado em 09/08/2023 às 09h59
Como a relação com os pais impacta nosso amor-próprio

Como a relação com os pais impacta nosso amor-próprio. Crédito: Personare

Já pensou no quanto a relação com os pais pode impactar a relação que você tem com você mesmo? Hoje, eu quero falar sobre a ligação entre você, seu pai, sua mãe e amor-próprio.

Se você sente que tem baixa autoestima e não entende por quê, vou te mostrar que o caminho para melhorar a relação conosco mesmo é curar a relação com os pais.

Será que é baixa autoestima?

Primeira, reflita:

  • Como é para você a sensação ficar completamente nu, mesmo que você esteja só, na privacidade do seu quarto, com a porta fechada?
  • Como é sentir você dentro do seu corpo, assim como ele é, sem nada que o rotule, disfarce ou proteja?
  • Como é ficar diante do espelho e se observar com toda a sua honestidade?

Talvez essa experiência simples seja muito desconfortável para muitas pessoas. Às vezes, uma parte do corpo incomoda muito, como a gordurinha que ressalta, a flacidez que aparece. Mas também criticamos nossa voz, nossa postura, nossas intransigências.

E quando tentamos entender por que tudo isso acontece, chegamos à conclusão que nossa autoestima é baixa, que não temos amor-próprio, e seguimos infelizes com quem somos. Isso ocorre porque achamos que não estamos à altura de nossa própria expectativa.

Nos fazemos muitas perguntas, mas quase nunca na direção da resposta que vai nos preencher e transformar.

Na verdade, esquecemos que, para estarmos aqui, vivos, encarnados, fazemos uma travessia de uma dimensão espiritual muito mais ampla para a terceira dimensão, que é material.

Para isso, segundo a alquimia resgatada por Joel Aleixo, precisamos escolher nascer e escolhemos nossos pais na medida perfeita para termos as experiências que nos propomos aprender nesta vida para evoluir.

Ou seja, nossa relação com os pais tem ligação com nosso amor-próprio. Para se aprofundar no que é o amor-próprio, leia este artigo.

Como escolhemos nossos pais

A princípio, escolhemos nossa mãe nas condições geográficas, culturais, sociais e familiares em que ela vive. Tudo completamente alinhado com nossos propósitos evolutivos. E quando ela nos dá o “sim”, nosso pai se manifesta também.

Então, precisamos de um veículo físico para chegar nessa dimensão. Recebemos, com a vida, um material genético que vem deles, juntamente com todas as histórias e experiências que eles trazem consigo e de muitos outros que vieram antes deles.

E finalmente chegamos aqui para essa grande jornada, para aprender sobre o amor! É exatamente na relação com os pais, nesta primeira experiência imediata, que aprendemos a amar.

Como a relação com nossos pais influencia no amor-próprio

O amor do filho pelos seus pais é imensurável. É a primeira e mais importante experiência, que se tornará base de todas as outras vivências amorosas ao longo da vida.

Aqui coloco experiências amorosas como todas as experiências de vida, abarcando todos os tipos de relacionamentos, inclusive o relacionamento que você tem consigo mesmo.

Em seu livro Ordens do Amor, Bert Hellinger diz que o filho, por amor aos pais, pode tomar para si as dores, os traumas, as dificuldades vividas pelo pai e pela mãe.

Faz isso como tentativa nobre de, por meio do próprio sacrifício, curá-los, protegê-los da desgraça, expiar talvez suas culpas e tirá-los da infelicidade.

É dessa maneira que o filho traz para si muitos pesos familiares e enganos sobre a experiência amorosa.

E quando esses recursos de ajuda aos pais não funcionam e se tornam doloridos, as críticas e os julgamentos começam a surgir.

Além disso, os pais, devido às suas próprias limitações, muitas vezes também não conseguem proporcionar ao filho a experiência amorosa completa, gerando traumas à criança.

Quando se torna adulto, o filho acaba reforçando os padrões familiares já adquiridos (veja aqui como transformá-los).

Como curar o amor adoecido da relação com os pais

Esse amor adoecido reflete em nós em forma de autocrítica, não aceitação e toda gama de sentimentos que nos faz diminuir o afeto por nós mesmos.

Isso porque carregamos em todas as nossas células do corpo a presença constante e estrutural de nosso pai e nossa mãe. Quando criticamos um ou outro, estamos também fazendo o mesmo conosco.

Portanto, o caminho seguro para aumentar nosso amor-próprio é curar nossa relação com nossos pais. A Constelação Familiar atua nesse sentido (saiba mais aqui).

Quando nos tornamos adultos, podemos reconhecer as limitações de nossos pais, compreender que não podemos carregar seus pesos e podemos aceitá-los exatamente como são.

Isso libera em nós o amor e podemos agradecer-lhes imensamente pela vida que nos foi dada.

Podemos, enfim, olhar para nossos pais de forma mais amorosa e deixar o passado para trás, finalmente fazendo as nossas próprias escolhas daqui para frente.

Esta atitude faz com que olhemos para nós mesmos de maneira mais compreensiva, mais amorosa, mais resiliente.

Descobrimos dentro nós novas dimensões do amor, novos valores, novas perspectivas de vida. Passamos a ter mais autocuidado e mais carinho conosco.

Assim, o amor-próprio vai sendo construído e fortalecido a ponto de, em algum momento, transbordar e preencher nossas relações e experiências de vida. Se precisar de ajuda, estou aqui.

  • Isabela Borges. Terapeuta especializada em terapias transpessoais constelações sistêmicas, astrologia, tarô e Reiki Integrado. Os atendimentos podem ser pontuais ou em processos terapêuticos e promovem o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal. E-mail: [email protected]

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