10 expressões racistas que devem ser substituídas no vocabulário

Veja a importância da comunicação humanizada e inclusiva no combate ao racismo

Publicado em 20/11/2024 às 07h44
Combater o racismo é uma responsabilidade coletiva que também se manifesta na linguagem (Imagem: Art Now | Shutterstock)

Combater o racismo é uma responsabilidade coletiva que também se manifesta na linguagem. Crédito: Imagem: Art Now | Shutterstock

O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data importante para refletir sobre o impacto do racismo estrutural em nossa sociedade e o papel de cada um na promoção de uma comunicação mais inclusiva.

Em um país onde mais da metade da população é composta por pessoas negras, combater o racismo é uma responsabilidade coletiva, que se manifesta também em nossa linguagem. A comunicação humanizada e inclusiva é uma ferramenta poderosa para construir espaços respeitosos e acolhedores, em que a diversidade é valorizada.

Ser antirracista significa evitar atitudes ou expressões ofensivas e adotar uma postura ativa que visa desmantelar preconceitos, promovendo respeito e empatia. Um dos passos para isso é eliminar de nosso vocabulário expressões que carregam um histórico de racismo.

Com a orientação da consultoria BlackID (empresa de comunicação focada em valorizar identidade plural), liderada por Renata Camargo, aqui estão 10 dicas de substituições de linguagem que ajudam a evitar termos que perpetuam estereótipos raciais e promovem uma comunicação mais inclusiva.

1. “A coisa tápreta”➔“A situação está complicada”

Substituir essa expressão evita a associação negativa com o termo “preta”. A alternativa transmite o mesmo sentido de forma neutra.

2.“Denegrir”➔“Difamar” ou“Prejudicar”

Termo que carrega conotações racistas ao associar“escurecer” a algo negativo. Alternativas como“difamar” ou“prejudicar” transmitem a mesma ideia sem reforçar estereótipos.

3.“Mercado negro”➔“Mercado ilegal”

Em vez de associar“negro”a algo ilícito, prefira“ilegal”para evitar conotações raciais negativas.

4.“Lista negra”➔“Lista de bloqueio” ou“Lista de restrições”

Esta substituição evita a associação de“negro” com algo indesejável ou proibido, utilizando um termo mais neutro.

5. “Serviço de branco” ➔ “Trabalho bem-feito”

A expressão sugere que apenas pessoas brancas fazem trabalhos de qualidade, o que perpetua estereótipos raciais. Usar “trabalho bem-feito” comunica qualidade sem preconceitos.

A expressão “inveja branca” reforça estereótipos (Imagem: lazy_raccoon | Shutterstock)

A expressão “inveja branca” reforça estereótipos. Crédito: Imagem: lazy_raccoon | Shutterstock

6. “Inveja branca”➔“Inveja leve” ou“Inveja saudável”

A expressão associa a cor branca a algo positivo, reforçando estereótipos. Termos como“leve” ou“saudável” expressam a mesma ideia de forma inclusiva.

7. “Colocar preto no branco”➔“Documentar por escrito” ou“Formalizar”

Essa expressão pode ser substituída por “documentar” ou “formalizar”, focando na ação sem associação racial.

8.“Trabalho de escravo”➔“Carga de trabalho excessiva”

A escravidão não deve ser usada como metáfora para a carga de trabalho. Prefira termos como“carga de trabalho excessiva” ou“volume de trabalho elevado”.

9.“Cabelo ruim”➔“Cabelo crespo” ou“Cabelo afro”

O termo“ruim” traz uma carga negativa. Usar“cabelo crespo” ou“cabelo afro” descreve a característica de maneira respeitosa.

10.“Escravo da moda”➔“Vítima da moda”

Banalizar a escravidão ao usá-la como metáfora para algo trivial é desrespeitoso. Prefira “vítima da moda”, que traz a mesma ideia sem alusão ao sofrimento histórico.

Essas substituições representam pequenas mudanças que, somadas, têm grande impacto na construção de uma cultura organizacional e social mais humanizada e inclusiva. “Adotar uma comunicação inclusiva é um convite ao respeito. Quando uma empresa e seus colaboradores valorizam a identidade de cada pessoa, criamos um ambiente onde todos se sentem representados e acolhidos “, afirma Renata Camargo, da BlackID. 

Por Taís Lopes

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