Publicado em 20 de novembro de 2022 às 07:00
Mesmo com uma melhoria significativa nos últimos anos, especialmente no que tange a lançamentos de trabalhos coletivos, o mercado editorial - tanto o brasileiro quanto o mundial (este em menor escala) - insiste em colocar o negro mais como personagem do que como voz autoral de suas obras.
Em pesquisa realizada pela Universidade de Brasília (UnB), que analisa publicações das principais editoras brasileiras, entre 1965 e 2014, constatou-se que os autores nacionais são, em sua maioria, homens (70%), brancos (90%) e paulistas ou cariocas (50% do total). O estudo também mostrou que os personagens retratados em suas obras são próximos da realidade desses autores: os protagonistas são homens (60%), brancos (80%) e heterossexuais (90%).
Quando o negro é personagem (6,2% dos romances publicados no Brasil entre 2004 e 2014), 4,5% deles protagonizaram as histórias e a maioria (em obras de 1990 a 2014) desenvolvia a ocupação de bandido, empregado doméstico, escravo, profissional do sexo e dona de casa.
Essa pouca representatividade na literatura nos faz refletir, especialmente com a chegada do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Com a ajuda da plataforma Skeelo, selecionamos 10 livros de autores e com personagens negros. Há obras relevantes, como o badalado "Os Pescadores", de Chigozie Obioma, finalista do Man Booker Prize, um dos mais importantes prêmios literários internacionais, e "Conversas Desconfortáveis com um Homem Negro", de Emmanuel Acho, best-seller instantâneo do "New York Times" que versa sobre o racismo estrutural.
Se você é assinante de A Gazeta, pode ter acesso a algumas das obras gratuitamente. O portal entrou em parceria com a Skeelo - que possui mais de 700 obras literárias, incluindo algumas dessa lista - em que é liberada a leitura de um livro por mês para os assinantes. O acesso é feito mediante ao CPF que está vinculado na assinatura do site A Gazeta.
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