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Publicado em 30 de junho de 2024 às 10:00
Divulgado pelo Ministério da Saúde no final de 2023, um estudo realizado pelo Projeto Pipas (Primeira Infância Para Adultos Saudáveis) com crianças menores de 5 anos mostrou que 24% delas não têm livro infantil ou de figuras em casa. A pesquisa também indicou que 33% dos participantes passam mais de duas horas por dia em frente a telas de TV, tablet ou smartphone. O levantamento considerou dados de mais de 13 mil crianças, de 0 a 5 anos, em 13 capitais brasileiras e no Distrito Federal.
O uso excessivo de telas está associado ao aumento da depressão entre crianças, segundo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e à ansiedade, que é maior nesse grupo quando comparado com os adultos.
Durante as férias, a tendência é de que as crianças passem mais tempo em frente às telas, mas para desincentivar o vínculo com o smartphone ou com a televisão, é importante proporcionar a elas outros estímulos mais saudáveis, entre eles, a leitura.
“A leitura é uma atividade analógica, tem um ritmo mais lento e respeitoso em relação ao desenvolvimento das crianças. Em contraposição à superestimulação do cérebro experimentada com o uso excessivo das telas, a leitura não agita ou sobrecarrega as crianças, mas acalma e aquieta a mente para que os aprendizados se consolidem de maneira apropriada”, explica Sarah Helena, psicóloga e curadora da Leiturinha, clube de assinatura de livros infantis do Brasil.
Para crianças maiores, as férias escolares são um momento muito propício para inserir a leitura na rotina. “Nesse período, a criança sai da lógica da ‘leitura por obrigação’ e entra na lógica da ‘leitura como opção de lazer’. Se a criança já está inserida no mundo digital, é importante que o convite à leitura seja feito em um momento em que ela está tranquila e não como algo que a fará parar de jogar ou assistir a vídeos. A leitura não deve ser usada como forma de punição ou impedimento do acesso às telas, mas como um convite agradável em um momento tranquilo”, conta a profissional.
Durante esse processo, também é importante se atentar à habilidade leitora de cada criança, de forma que a leitura seja ainda mais agregadora.
Para auxiliar os pais, Sarah Helena dá 3 dicas de livros para ler com as crianças, que vão desde o leitor brincante até o fluente. Confira.
Ao acompanhar a trajetória de Beca, uma menina muito criativa, no livro do autor Rodrigo Cordeiro, os leitores brincantes, que estão descobrindo os livros , têm a oportunidade de conhecer uma personagem única que transforma os mais variados materiais do dia a dia em peças incríveis. Ao transformar itens que seriam descartados, Beca conduz as crianças para um mundo de magia, imaginação e criatividade.
Ideal para leitores iniciantes, que estão em processo de alfabetização, o livro de Maria Amália Camargo e Ana Matsusaki traz, de forma lúdica, a história de uma traça escondida em suas páginas que, aos poucos, pode consumir todo o texto da obra, propondo às crianças e às suas famílias uma experiência estimulante.
O livro de Maria Silvia Camargo e Heloisa Perucello, voltado para leitores fluentes, que já conseguem exercer a habilidade de leitura de forma mais autônoma, acompanha a história de Laura, que se vê em apuros ao perder um objeto importantíssimo. Determinada, a menina se junta ao seu amigo, Cadu, para recuperá-lo. Em meio a criaturas incomuns e desafios fantásticos, a dupla descobre que as coisas mais importantes não são aquelas que se perdem, mas as que se encontram ao longo do caminho.
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