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Publicado em 18 de março de 2022 às 17:10
Uma história de amor selvagem, de luta pela reconstrução de um clã marcado por traições e injustiças, além da incansável busca pela redenção. Esses e outros arcos dramáticos pontuam a trama de "Pantanal", maior aposta da programação da Rede Globo para 2022, que estreia em 28 de março substituindo "Um Lugar ao Sol", logo depois do "JN". A expectativa, é claro, é de bater recordes de audiência no horário nobre da emissora.
"Pantanal" é uma saga familiar que tem o amor como fio condutor e a natureza como protagonista. Fonte da maior concentração de fauna das Américas e maior planície alagada do mundo, a região - localizada entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul - foi inspiração para a obra escrita há mais de 30 anos por Benedito Ruy Barbosa, que ganhou folhetim lançado pela extinta Rede Manchete no início dos anos 1990. Agora, a história chega à Rede Globo, em uma nova versão adaptada por Bruno Luperi. A primeira fase da trama é dirigida por Rogério Gomes, de "Além do Tempo" (2015), e a segunda é comandada por Gustavo Fernandez.
No "tronco central" dessa jornada repleta de conflitos está a história de Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira). A vida como peão de comitiva os levou para o Pantanal, onde Joventino aprendeu sua lição mais importante: que a natureza pode mais do que o homem.
Nascia, assim, a lenda do maior peão de toda aquela região. Velho Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão, que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.
Cinco anos depois, em uma viagem ao Rio de Janeiro, José Leôncio se apaixona e casa com Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles). Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). A passagem de Madeleine pela fazenda, porém, é um caos. Com saudade da vida urbana, a jovem não se acomoda àquela sina de solidão que é ser mulher de peão. Com o marido sempre em comitivas, ela se vê obrigada a conviver com Filó (Leticia Salles / Dira Paes), funcionária da casa a quem pouco confia.
A verdade é que Madeleine não entende bem a relação de Filó com Zé Leôncio, tão pouco a relação dele com Tadeu (José Loreto), filho de Filó e afilhado do patrão. O que Madeleine não sabe é que Filó era uma morena de currutela – prostitutas que vivem nas vilas por onde as comitivas passam – com quem José Leôncio se relacionou em uma de suas viagens no passado.
Madeleine foge do Pantanal levando Jove, ainda bebê, de volta para a mansão da família Novaes. O menino cresce longe das vistas do pai, que se viu incapaz de brigar pela guarda do filho.
Na ausência de Jove, o fazendeiro encontra em Tadeu um herdeiro, mais do que para as suas terras, para os valores e tradições de sua família. Alguns anos após a partida de Madeleine, Filó diz que Tadeu também é filho de José Leôncio.
Duas décadas se passam marcando a mudança de fase na novela. Jove descobre que seu pai está vivo e vai à sua procura. É desse encontro e toda sua enorme expectativa, que começam os grandes conflitos entre os Leôncio. Zé e Jove são confrontados por um abismo de diferenças, inaceitáveis aos olhos um do outro.
Não bastasse as diferenças entre eles, o rapaz ainda precisa lidar com o ciúme de Tadeu, que carrega no peito o vazio de não se sentir filho legítimo de José Leôncio. Para completar a confusão familiar, em determinado momento todos são surpreendidos com a chegada de um terceiro filho. José Lucas (Irandhir Santos) chega à fazenda por obra do destino e descobre laços familiares.
O cenário pantaneiro abriga ainda o encontro entre Jove e Juma Marruá (Alanis Guillen). Filha de Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz), a jovem não abre a guarda para ninguém. Apesar da pouca idade, Juma é uma mulher forte, que aprendeu com a mãe a se defender do "bicho homem", a espécie mais perigosa que pode vir a rondar a tapera onde mora.
Em cada detalhe deste conto, há um fator comum: a necessidade de aceitar a natureza como ela é. E o grande porta-voz deste ensinamento é o Velho do Rio (Osmar Prado). Um encantado – uma entidade sobrenatural –, que na maior parte do tempo assume a forma de uma sucuri (a maior de todo o Pantanal), mas que também se apresenta na forma humana.
Além dos conflitos principais, a música é outro grande destaque desta história. Foi há 30 anos e continuará sendo agora. A presença de Almir Sater, que esteve na versão escrita por Benedito, e retorna agora, é um capítulo à parte. Almir vive o chalaneiro Eugênio, que leva e traz as pessoas ao Pantanal. Dentre os duetos especiais, o público terá a oportunidade de ouvi-lo tocar ao lado de Chico Teixeira (filho do parceiro de estrada de Almir, Renato Teixeira), que dará vida ao peão Quim na primeira fase da novela.
"O Pantanal resgata heróis. É uma característica muito forte da obra do meu avô, que tem um caráter épico e fala sobre valores com esses personagens fortes e inspiradores. Zé Leôncio é um personagem que te inspira, que te faz acreditar que o mundo pode ser melhor, que existem pessoas que são corretas, dignas. Ainda assim, ele comete seus erros. A novela também tem esse caráter humano, que é o que mais me move, porque gera empatia. Ninguém é perfeito. A possibilidade de se apaixonar e odiar o protagonista e o antagonista é real”, comenta o autor Bruno Luperi, que é neto de Benedito Ruy Barbosa.
Como toda adaptação, a história original passa por mudanças e atualizações necessárias para conversarem com uma nova realidade e uma nova geração. As atualizações, claro, não se limitam ao texto, mas também nas imagens do Pantanal. "Hoje em dia, temos a tecnologia a nosso favor. Na época, Jayme Monjardim - diretor da primeira versão - fez muito bem a novela, foi ousado, fez um desenho de produção diferente, mesmo com toda dificuldade. Hoje, as câmeras são menores, temos drones, câmeras para dentro d’água, a qualidade de captação é outra, é tudo muito mais moderno que antes. Você consegue captar imagens do Pantanal de maneira diferente daquela época, quando eles não tinham esses recursos”, diz o diretor artístico Rogério Gomes.
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