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Publicado em 13 de julho de 2023 às 17:24
Já começou o Arraiá Cola Colá, com muitas cores, comidas típicas, forró e também bonecos gigantes que representam personagens históricos de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. Essa é a primeira edição da festa que tem como inspiração as que acontecem no Nordeste do país e foi pensada para se tornar uma tradição entre os moradores do município. Entre os destaques, está o show do Trio Forrozão, que anima o espaço no domingo (16).
Para quem gosta de festa junina ou julina, estará no lugar certo. A festa começou nesta quarta (12) e promete agitar a Área Verde da Beira-Rio até domingo (16). Inclusive, uma Vila Caipira foi montada para receber a galera que não perde um arraiá. A entrada é gratuita com início sempre às 19h.
O espaço conta com decoração caracterizada por adereços, bandeirolas e casas onde 10 escolas municipais vão vender quitutes. Segundo a Prefeitura, o dinheiro será revertido para projetos das unidades de educação.
Segundo o secretário de Cultura de Colatina, Adilson Vilaça, a ideia é juntar a população, que tem o hábito de comemorar fazendo quadrilhas. “Colatina sempre teve quadrilhas, agora estamos fazendo um festejo, juntando a cidade. Estamos iniciando para que se torne uma tradição”, comentou.
Além da comida, as pessoas vão poder assistir ao desfile dos bonecos gigantes. “Queremos trazer o costume dos bonecões, que é uma tradição de Olinda. Trouxemos para a nossa realidade, que são figuras da cidade. Eles reverenciam a nossa história”, ressaltou Villaça.
Entre as personalidades lembradas, estão: dona Colatina, Filogônio Barbosa, Zé do Brejo, Joãozinho de Deus e Delminha do Porrete. Os bonecos foram criação do artista plástico Eduardo Guimarães.
Quem são esses personagens:
Dona Colatina
Colatina Azevedo Muniz Freire, paulista que casou com o jovem capixaba e ex-governador do Espírito Santo José de Melo Carvalho Muniz Freire. O casal teve 10 filhos. Foi homenageada com o nome à Vila de Colatina, em 9 de dezembro de 1899, pelo desembargador Afonso Cláudio. Faleceu em 1945.
Filogônio Barbosa
Pintor, professor, ator e escritor. Colatinense de coração, viveu em Colatina por mais de 70 anos. Conquistou notoriedade como pintor, com obras até fora do Brasil. Como escritor tem obras ecléticas, figurativas e realistas. No gênero romance publicou Náufragos da Esperança, Os Tripulantes da Noite e O Diamante Azul. Faleceu em 2022.
Zé do Brejo
Wilson Benevenuto de Assis, o “Zé do Brejo”, começou sua carreira de músico aos oito anos de idade, tocando sanfona. Conquistou o troféu “Velho Guerreiro” no show de calouros do Programa do Chacrinha. Morou por quatro meses na casa do ‘Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, que chegou a declará-lo como seu sucessor e tocou ao lado também de Alceu Valença e Peninha. Trabalhou com Raul Seixas, Perla, Wando, Zé Geraldo, Carmem Silva, Jerry Adriani, entre outros. Em 2005 foi eleito o melhor sanfoneiro do Festival Nacional de São Pedro de Itabapoana, em Mimoso do Sul (ES). Foi professor de sanfona no Projeto Sinfonia da Prefeitura. Morreu aos 60 anos, em 2013.
Joãozinho de Deus
Detestava ser chamado de velho e se dizia ‘menino”, mas até hoje ninguém sabe a idade (talvez mais de 80 anos). Sempre de bermuda, andava pelas ruas da cidade com chicote e estilingue na mão, sacolinha de pano pendurada no pescoço, falava rapidamente e muitas vezes sem nexo, pedindo “benção padim, me ajuda” e esticando a mão aguardando algum agrado. Ele conta que nasceu no sul do Estado, e lembra dos nomes dos pais, Brás e Vicentina de Jesus. Assistia a todas as missas na Catedral e não perdia uma cerimônia de casamento. Atualmente mora num asilo.
Catarina Sete Saias
Foi uma figura popular na faixa de 40 anos, muito conhecida entre as décadas de 1960 e 1980, por sempre usar várias saias rodadas de uma só vez, e uma sobre a outra. No final do dia tirava a saia debaixo, a primeira que vestia. Sempre andava com caderno e caneta que dizia rabiscar poemas que jogava nas lojas e nas varandas das casas. Desde então não há notícias dela.
Delminha do Porrete
Viveu em Colatina entre as décadas de 90 e 2010. Uma mulher na faixa dos 35 anos, que chamava atenção por estar sempre com vestido de tecido estampado com flores e sacolinha do mesmo tecido. De dia, ela ficava na rua, pelas calçadas. Observando o movimento, mas não gostava de conversar e nem que mexessem com ela, sempre um pedaço de pau. Morreu nos últimos anos, mas não se sabe a data precisa.
E a programação musical está bem animada, para quem gosta de dançar agarradinho. Os shows começam às 20h.
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