Repórter de HZ / bheleodoro@redegazeta.com.br
Publicado em 16 de fevereiro de 2023 às 20:06
O que o Carnaval significa para você? Para o BaianaSystem, representa "mais que uma festa, uma manifestação cultural". É nesta folia que o grupo desembarca em Vitória para se apresentar no primeiro dia do Festival Baile Voador, nesta sexta (17).
A apresentação no palco Tropical, com previsão para começar à 1h, é a segunda do grupo no festival, que começou no ano passado. Em um bate-papo com 'HZ', o guitarrista Roberto Barreto contou como foi se apresentar em Vitória no ano passado e quais as expectativas para o show em solo capixaba.
O Baile, em 2022, mostrou um pouco desse clima de carnaval que nós tínhamos perdido no ano anterior. E mostrou também essa ligação da cidade de Vitória com o carnaval de maneira surpreendente. Essa coisa de cultura de rua, de batucada.
Ano passado, nós não tínhamos ainda tocado algumas do "OxeAxeExu" (2021). Nesse show, temos a presença de Claudia Manso, uma cantora chilena que mora no Brasil há 10 anos. Ela é parceira nossa em duas músicas e participa do show. É um show sul-americano versão brasiliano desconstruído pelo carnaval. Acho que ano passado tinha aquela coisa do "foi mas não foi, totalmente". Algumas coisas, inclusive, foram canceladas, tinha um limite de público, estávamos naquela situação mais precavida. Agora, está todo mundo nessa virada. Tem uma mudança também política, com a volta da valorização da cultura popular do carnaval sendo realmente valorizada. Nós voltamos (a Vitória) com esse gostinho.
O Baiana System é muito ligado ao carnaval, ele é muito importante estética, cultural e historicamente para o Baiana. Desde o primeiro ano, nós nos apresentamos no Carnaval. Tem a ver com a nossa formação, com quebras de paradigma da sociedade sobre o que é permitido, de espaços que eram ocupados por determinados grupos passarem a ser ocupados por outro. Tem a ver com respeito e religião. Carnaval é algo muito grandioso para a nossa cultura. É um um divisor de águas. Até o Carnaval, fica aquela sensação de que ainda o ano não começou ainda. É quase um rito de passagem para um ano. Você consegue extravasar e agora, mais do que nunca, a gente está precisando disso.
Essa é a pergunta mais difícil (risos). Eu acho que alcançar as pessoas, seja da forma que for. Acho que esse é o grande papel da arte. Cada um, dentro disso, tem suas questões e seus anseios. Isso é muito mutável também, mas eu acho que é isso: chegar nas pessoas de alguma maneira.
A partir do momento que você tem um grupo de pessoas que estão, como você disse, começando no trabalho e que tem uma referência em você, é uma coisa muito maneira. Eles ouviram a gente, eles inspiraram e se motivaram para fazer. Eu acho que nós já damos sentido para o que a gente falou sobre o papel da arte. Quando nós começamos a tocar em festivais e tinham pessoas que eram referências para nós, isso mudava para a gente, né? O Baile tem essa conotação já de uma festa de uma celebração, de estar ali no Carnaval. Isso é muito muito incrível de acontecer.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta