Bares e baladas do ES usam códigos para ajudar mulheres em risco

Estabelecimentos possuem "senhas" para fazer com que mulheres saiam de situações de importunação sexual e violência de gênero

Vitória
Publicado em 20/05/2023 às 10h00
Estabelecimentos da Grande Vitória usam códigos secretos para ajudarem mulheres em situação de risco

Estabelecimentos da Grande Vitória usam códigos secretos para ajudarem mulheres em situação de risco. Crédito: Freepik

Na busca por tornar os estabelecimentos da Grande Vitória mais seguros para mulheres, alguns bares, restaurantes e casas noturnas criaram códigos para ajudar clientes em situações de risco. Seja através de uma frase, um item de  cardápio ou até um sinal com a mão, as senhas foram pensadas para que as vítimas se sintam mais confortáveis para exporem casos de importunação sexual e violência de gênero dentro destes locais.

As informações, em sua maioria, são dispostas em pontos dos estabelecimentos que apenas mulheres têm acesso. Em Santo Antônio, no forró Mar e Terra, além das instruções para as vítimas, cartazes também são expostos por todo o espaço indicando que nenhum tipo de assédio será tolerado. 

Segundo Alexandre Di Paulo, um dos produtores do forró, antes da primeira edição do evento, a ideia já era promover um espaço onde todos pudessem dançar sem preocupação. Para os cartazes com os dizeres “Não é não” e a hashtag #ForróSemAssédio, eles procuram ouvir o coletivo O Segundo Forró, que luta para que mulheres sejam respeitadas em todos os espaços da dança.

“Quando colocamos esses cartazes, eu percebi como as mulheres passaram a se sentir mais confortáveis”, contou. 

Cartazes contra assédio espalhados pelo Forró Mar e Terra

Cartazes contra assédio espalhados pelo Forró Mar e Terra. Crédito: Alexandre Di Paulo

Mesmo com códigos diferentes, os protocolos costumam ser aplicados de uma mesma maneira na maioria dos estabelecimentos: a vítima utiliza a senha e a equipe passa a ficar ciente. O violentador/importunador é retirado do local e a mulher é acompanhada até o carro ou até o transporte por aplicativo chegar.

Em alguns casos, a polícia é acionada e o estabelecimento segue prestando apoio à vítima. Todas essas estratégias dialogam com a Lei Estadual (11.406/2021) que determina que os locais prestem auxílio às vítimas e fixem cartazes informando a disponibilidade em ajudar.

Para ajudar a reverberar essa corrente, a equipe de 'HZ' listou alguns estabelecimentos da Grande Vitória que possuem esse tipo de protocolo. Dentre os locais, estão baladas, espaços de forró e restaurantes. É valido lembrar que, como o foco é a segurança da vítima, esta reportagem não irá expor qual o código utilizado em cada estabelecimento. Confira:

  1. 01

    BAR DO URSO

    Localizado na Av. Ranulpho Barbosa dos Santos, 451 - Jardim Camburi, Vitória, o bar tem cartazes espalhados em alguns lugares que mostram às mulheres como pedir socorro. A inspiração veio de uma viagem internacional que os proprietários fizeram, antes da lei entrar em vigor no Estado.

  2. 02

    CASA DE BAMBA

    Espaço para ouvir boa música e comer bem, a Casa de Bamba, na Rua Gama Rosa 154, no Centro de Vitória, também luta por um espaço seguro, desde 2020. A ideia dos cartazes surgiu de um outro cartaz que viralizou na internet há alguns anos. 

  3. 03

    POINT MUSIC BAR

    Quem for curtir ou cantar no karaokê, em Vila Velha, e passar por algum desconforto também pode procurar a produção do local. O código é disposto apenas em ambientes que as mulheres têm acesso e a equipe é instruída a ajudar a vítima, respeitando os desejos dela. 

  4. 04

    FORRÓ MAR E TERRA

    Que forró é dança para ficar juntinho, todo mundo sabe! Os passos, porém, não justificam a “mão boba”. Desde a primeira edição, o Forró Mar e Terra, na Av. Dário Lourenço de Souza, 1131-1299 - Santo Antônio, capacita sua equipe para ajudar mulheres com qualquer desconforto durante a dança. 

  5. 05

    FLUENTE E BOLT

    As casas noturnas já reforçam nas redes sociais que não aceitam nenhuma atitude machista, racista, homofóbica, transfóbica ou de qualquer outro tipo de preconceito ou assédio. Durante os eventos, quem se sentir desrespeitado pode ir direto à equipe de segurança que auxilia a vítima a registrar um boletim de ocorrência.

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