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Publicado em 12 de julho de 2024 às 15:11
No próximo ano a Escola de Samba Boa Vista vai levar para a avenida a história do renomado fotógrafo documental e fotojornalista brasileiro Sebastião Ribeiro Salgado Júnior, um enredo assinado pelo carnavalesco Cahe Rodrigues. Popularmente conhecido como Sebastião Salgado, ele é uma figura icônica no mundo da fotografia, com experiências em mais de 120 países onde esteve para realizar seus projetos fotográficos.
Nascido em Aimorés, Minas Gerais, em 8 de fevereiro de 1944, Salgado veio para o Espírito Santo ainda novo e viveu parte de sua juventude em Vitória.
“Seu trabalho é amplamente reconhecido e exibido em publicações de imprensa e livros, além de exposições itinerantes ao redor do mundo. É um orgulho imenso podermos fazer essa homenagem em vida. A Boa Vista se sente honrada em levar para a avenida essa história que merece mais um reconhecimento”, disse Emerson Xumbrega, presidente.
Com sua abordagem única em preto e branco, Salgado captura em seus trabalhos a essência da condição humana, evidenciando a dignidade inerente a todas as pessoas, enquanto denuncia as violações dessa dignidade por meio da guerra, pobreza e outras injustiças.
“Celebramos o mestre da fotografia, cuja sensibilidade transcendente enxerga o que o mundo não vê. Sebastião Salgado, com seu olhar delicado e atento, captura as impressões mais profundas da humanidade, revelando a beleza e a dor ocultas. Cada imagem sua é uma poesia visual que toca a alma e nos faz refletir sobre nossa própria essência”, ressaltou o carnavalesco, Cahe Rodrigues.
Ao longo de sua carreira, Sebastião Salgado tem demonstrado um profundo respeito por seus sujeitos e uma determinação inabalável em retratar a realidade mais ampla das vidas que documenta. Seu trabalho é um testemunho da dignidade fundamental de toda a humanidade e um protesto visual contra as adversidades enfrentadas por muitos.
Além de historicamente reconhecido pelo seu trabalho, Salgado tem contribuído com organizações humanitárias, entre elas: o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a ONG Médicos sem Fronteiras e a Anistia Internacional. Desde abril de 2016, é membro da Academia de Belas-Artes de Paris pertencente ao Institut de France.
Em abril de 1998, Sebastião Salgado fundou o Instituto Terra, uma Organização Não Governamental (ONG) para recuperar a Mata Atlântica e as nascentes da antiga Fazenda Bulcão, local onde Salgado passou a infância com sua família.
A fazenda, com mais de 600 hectares de terra, que está localizada em Aimorés, no leste de Minas Gerais, nas margens das nascentes que formam o córrego Bulcão, um dos afluentes do Rio Doce, foi utilizada para a criação de gado e estava bastante degradada.
A atuação do Instituto foi ampliada posteriormente para outras regiões, com o apoio da mineradora Vale do Rio Doce. As mudas utilizadas no reflorestamento foram produzidas nos viveiros da própria ONG.
Com o rompimento da barragem do Fundão, em Mariana, em 2015, os rejeitos percorreram 22 km no rio do Carmo e alcançaram o rio Doce, deslocando-se pelo seu leito até desaguar no Oceano Atlântico, no distrito de Regência, no município de Linhares (ES).
O rompimento causou uma enorme destruição por onde passou. O Instituto Terra mobilizou sua equipe para o desenvolvimento de um projeto de recuperação do Rio Doce, em parceria com a empresa mineradora Vale do Rio Doce.
“A escolha de Sebastião Salgado como enredo da Boa Vista para o carnaval de 2025 reflete nosso compromisso em homenagear personalidades que, através de sua arte e trabalho, promovem a justiça social e a dignidade humana. Convidamos todos a se juntarem a nós nessa jornada visual e emocional que celebrará a vida e a obra de Sebastião Salgado, trazendo para a avenida uma narrativa rica e inspiradora que ecoa as lutas e conquistas da humanidade”, ressaltou Xumbrega.
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