Administrador / [email protected]
Publicado em 28 de fevereiro de 2023 às 14:34
Nascida no Centro de Vitória e criada no Morro do Quadro, Ana Luzes descobriu sua paixão pela fotografia aos 13 anos. Foi com a arte de documentar a vida com uma câmera que ela encontrou a melhor forma de se comunicar.
Aos 22 anos, sua vontade de retratar a periferia de uma maneira que encantasse as pessoas vai alcançar fãs de fotografia do mundo todo. A artista é a única capixaba a expor uma fotografia na exposição "Bridging Horizons: Brazilian Photography Today", realizada no Consulado do Brasil em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Na ocasião, ela tem a chance de mostrar seu talento com duas fotografias da série "Só se afoga quem sabe nadar (2021)", tiradas no Rio Santa Maria, que beira a Ilha das Caieiras.
Atuando como fotógrafa documental há três anos, Ana Luzes desenvolve uma pesquisa sobre as criações que existem dentro da favela, em parceria com o Instituto Serenata de Favela. Ao todo, ela dá aula de fotografia e conduz oficinas para 200 crianças.
"Todo o meu trabalho é sobre, também, um pouco da minha história. Sempre quis abordar a favela de uma perspectiva diferente, de uma perspectiva que encantasse as pessoas e eu acho que isso acabou gerando um bom resultado", contou.
A exposição é uma mostra coletiva que reúne fotografias de 13 profissionais brasileiros, com curadoria do fotógrafo Paul Clemence. Entre os dias 2 de março e 3 de abril, será possível conhecer o trabalho deles no Consulado Geral do Brasil em Nova Iorque. O objetivo é mostrar como cada um dos fotógrafos têm mesclado tendências atuais da fotografia com perspectivas brasileiras.
O convite para participar da exposição veio do próprio Paul Clemence. Ana participava de um bate-papo online sobre periferia no consulado do Brasil no México, quando o fotógrafo conheceu o trabalho dela e a convidou para participar.
"Esse trabalho que eu faço com a favela sempre me emocionou muito porque eu consegui enxergar de diferente perspectiva aquilo que havia no meu cotidiano. 'Só se afoga quem sabe nadar' é uma série que fala sobre perspectivas, mesmo. É justamente tudo aquilo que meu trabalho aborda, uma perspectiva diferente do cotidiano e, principalmente, dos bairros periféricos de Vitória", acrescentou.
A má notícia é que, infelizmente, Ana Luzes não poderá prestigiar seu trabalho e dos demais fotógrafos presencialmente. O visto não foi emitido a tempo da viagem. "Acabou que eu não vou conseguir ir, mas estou recebendo muitas imagens dos bastidores. O curador está me dando todo suporte, todo apoio", contou.
Mas, estar daqui de Vitória não diminui a emoção de ter seu trabalho exposto no exterior. Entre os 13 selecionados, o trabalho de Ana Luzes foi escolhido para ser a capa do catálogo da exposição. Segundo ela, Paul achou que a fotografia dela resumia o contexto de perspectivas e olhares que existem sobre o Brasil.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta