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Capixabas andam descalços em brasas em Festa de São João em Domingos Martins

Tradição acontece na comunidade de Soído e, segundo a lenda, é preciso ter fé para atravessar sem queimar o pé

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Erik Oakes

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Publicado em 27 de junho de 2023 às 16:02

Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins
Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins Crédito: Ramon Porto

No último sábado (24), foi comemorado o Dia de São João. Tradição em todo o país, os arraiás acontecem para homenagear o santo. No Espírito Santo, tem um em especial que realmente testa a fé dos fiéis. O Arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins, conta com a passagem na brasa.

Trata-se de uma passagem que acontecem à 0h, em que os frequentadores do festejo passam por cima de um caminho de brasas.

"Quando faltam uns dez minutos para dar meia-noite, nós desmanchamos a fogueira e espalhamos as brasas pelo terreno. As pessoas costumam passar devagar, dizem que realmente não queimam o pé. É impressionante", detalha Leni Dias, que ajuda a construir a fogueira, ao HZ.

Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins
Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins Crédito: Ramon Porto

A fogueira é uma tradição das festas juninas. Cada santo do mês recebe uma específica e, no caso de São João, a história tem ligação com seu nascimento. "Isabel, para dizer a Maria que o filho dela tinha nascido, fez uma fogueira para que essa fumaça pudesse alertar a prima do nascimento de João Batista", contou o padre Luciano em entrevista ao G1.

Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins
Fogueira que depois vai formar as brasas Crédito: Ramon Porto

Na comunidade de Soído, a passagem na brasa acontece há quase 40 anos. "Meu pai trouxe essa tradição de Afonso Cláudio para Soído de Cima há quase quatro décadas. A gente resgata todo ano, faz parte da nossa cultura. Dizem que é preciso ter muita fé para passar e não queimar o pé. Eu mesma não me arrisco", conta Iracy Rasseli ao HZ.

Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins
Comunidade de Soído, em Domingos Martins, observando a brasa que será caminho dos fiéis Crédito: Ramon Porto

E a fé realmente é colocada à prova. Manoel Pereira, de 64 anos, conta que sempre é o primeiro a atravessar e nunca se queimou nas brasas.

"Todos os anos eu faço uma oração e atravesso as brasas. Sempre sou o primeiro a ir e depois as outras pessoas vão atrás de mim. Tenho muita devoção a São João e posso garantir que meu pé nunca ardeu. É uma tradição que carrego desde quando era criança", conta.

Passagem na brasa durante o arraiá de São João, na comunidade de Soído, em Domingos Martins
Seu Manoel é sempre  o primeiro a atravessar a passagem de brasa Crédito: Ramon Porto

*Com informações de Felipe Khoury

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