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Publicado em 18 de fevereiro de 2023 às 14:55
- Atualizado há 2 anos
Os dois últimos anos sem batuque e a alegria dos blocos pelas ruas de Manguinhos, na Serra, parecem ter dado um tom a mais para a celebração do carnaval 2023, ano em que as festas populares voltaram a ocupar o espaço público país afora.
Em um dos balneários mais populares do Espírito Santo, este sábado (18) foi marcado por reencontros e pela celebração de poder reunir novamente amigos e familiares para pular o carnaval.
Quem mora ou passa o verão em Manguinhos, fala da região com muito carinho. Os que presenciaram o "Banho de Mar à Fantasia" entre a manhã e a tarde deste sábado (18) misturaram esse afeto pelo balneário com lembranças antigas de outros carnavais. "A sensação é ótima. Depois de dois anos sem nada, a festa está excelente", contou o servidor público João Carlos Coutinho, de 55 anos.
Próximo da areia, banhistas aproveitavam o sol com quase nenhuma nuvem no céu. Pelas ruas, o Batuque de Manguinhos anunciava o início da folia. Por volta de 12h40, o grupo puxou diversos blocos que estavam concentrados nas casas da região e fez um fluxo único de foliões.
Os acontecimentos da política ocorridos nesse hiato de dois anos sem bloco na rua viraram manifestações dentro da festa carnavalesca.
Organizadora do bloco "Eles Passarão, Nós Passarinho", a aposentada Adélia Gomes, de 70 anos, conta que reuniu amigos e família sob esse nome cujo objetivo é fazer uma "alegoria ao passado". "É uma reflexão sobre essa fase de negacionismo que estamos saindo", pontuou.
Na mesma toada, um grupo de amigos de Vitória foi para Manguinhos prestar uma homenagem e até um pedido de desculpas aos nordestinos. 'A gente vem todo ano, há oitos anos, fazer uma crítica social ou uma homenagem. Neste ano viemos de nordestinos. A democracia foi bem castigada nesses últimos anos. Os capixabas, infelizmente, foram avacalhar os nordestinos, então é um pedido de desculpas" refletiu o consultor comercial e membro do bloco "Tigres da Abolição, Kleber Nascimento, de 55 anos.
O profissional contou ainda que o nome do grupo é uma homenagem ao abolicionista José do Patrocínio. "O Nordeste é Ariano Suassuna, Jorge Amado, merece nossa homenagem", evidenciou.
Se para alguns o dia foi de folia, para outros, veio a oportunidade de uma renda extra. A espera de uma entrevista de emprego, Pedro Stein, de 25 anos, decidiu inovar para ganhar um trocado. Surgiu aí o "chup-chup de caipirinha", destinado, claro, ao público com 18 anos ou mais.
"Foi uma ideia que achei para tirar uma onda extra. Começou na quinta-feira (16), no ensaio do Ratazanas. A plaquinha era menor fui pegando a dica dos amigos aperfeiçoando, hoje já vim com a placa nova", explicou enquanto falava com uma criança que só poderia vender o produto para os pais dela.
De crianças a adultos, todo mundo seguiu o mesmo ritmo de uma festa que se estendeu pela tarde e reuniu diversas vozes em emblemáticas músicas carnavalescas. Em dado momento, a que ecoou mais forte foi a de Gonzaguinha, denotando que os ali presentes realmente não têm vergonha de ser feliz.
Carnaval: 'Banho de Mar à Fantasia' agita Manguinhos, na Serra
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