Administrador / [email protected]
Publicado em 10 de janeiro de 2024 às 14:16
Carnaval é sinônimo de cor, brilho e adereços. E os desfiles das escolas de samba de Vitória são uma prova disso. É preciso caprichar nas fantasias para fazer bonito e representar a agremiação do melhor jeito possível na avenida. Entre alas e destaques, uma coisa é certa: o figurino importa. Por isso, não se espante caso você encontre componentes de escolas que decidiram “fazer” suas próprias roupas.
HZ descobriu algumas musas que costuram a própria fantasia para o Carnaval de Vitória. Desfilando há 20 anos pela Mocidade Unida da Glória (MUG), Simone Carneiro conta que a responsabilidade de botar a mão na massa é grande. Segundo ela, o principal desafio é fazer com que o resultado fique exatamente de acordo com o protótipo feito pelo carnavalesco. Afinal, nada pode destoar do enredo do carnaval elaborado pela escola.
“Quando sai o enredo, o carnavalesco começa a desenvolver o carnaval dele. Nessa hora os figurinos dos componentes começam a ser elaborados no papel. Minha tarefa é fazer a fantasia exatamente do jeito que ele pensou, sem mudar nada. Posso dizer que aprendi com o tempo a identificar o que o carnavalesco quer, identificando cada detalhe”, afirmou Simone.
A musa da MUG contou que não atua na área de costura. Mesmo assim, fez as 20 fantasias que desfilou na avenida - isso sem contar as de outros colegas ao longo dos anos. “Já bordei roupa de comissão de frente, peças de carro, fantasias, cortes e adereços. Eu fui adquirindo conhecimento no barracão. No meu segundo ano da MUG comecei a fazer as minhas roupas de avenida”, comentou.
Esses conhecimentos de barracão mencionados por Simone são importantes - principalmente - para duas questões. A primeira é economizar com a fantasia. Segundo ela, quanto mais você compra acessórios carnavalescos, menor é o seu investimento no ano seguinte. Os materiais vão se acumulando e diversificando. Entre outras palavras, o costume se paga ao longo do tempo.
Já o segundo ponto é em relação aos imprevistos indesejados. Uma vez que o componente da escola pisa na avenida, tudo pode acontecer: alguma peça da fantasia pode cair ou até mesmo quebrar. Nesses casos, é sempre bom ter certos conhecimento para saber fazer consertar o figurino na hora do desespero.
E já adianto que nunca é tarde para aprender. Diana Tamanini é musa da Pega no Samba, que será a última a desfilar no dia 3 de fevereiro, e contou para HZ que começou a se envolver com trabalhos manuais de fantasia em 2023. Aos 43 anos, ela disse que o principal motivo para começar a fabricar todas as peças do figurino é porque queria a roupa do seu próprio jeito.
“Comecei a fazer a minha fantasia há pouco tempo. Pagava os ateliês e não ficava do jeito que queria, sempre tive problemas. Então fui pegando a manha com o tempo. Toda vez eu tinha que acertar alguma coisa, tirava as pedrarias”, frisou Diana, revelando que o costeiro (estrutura traseira) e a cabeça são as partes mais complicadas e demoradas para fazer.
Também tem muso que faz a própria fantasia - e não mede esforços para isso. Alexsandro Teodorio, de 41 anos, é um entusiasta do carnaval e desfila desde criança na Pega no Samba. Atuando como auxiliar de contabilidade, ele revelou que tira sempre o horário do almoço para bordar.
“Quando volto do trabalho fico até de manhã bordando (risos). O desafio é grande, trabalhoso demais. No começo, quebrei muito a cara e não ficava do meu jeito. Mas aos poucos, fui aperfeiçoando e comecei a fazer fantasias de amigos de graça. Quando me senti seguro, bordei o meu próprio figurino. Faço com mais carinho, além de ser mais confortável no meu corpo”, contou.
O Carnaval de Vitória 2024 acontece nos dias 2 e 3 fevereiro, no Sambão do Povo, em Vitória. Confira a ordem dos desfiles do Grupo Especial.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta