O bloco Regional da Nair reuniu centenas de foliões na manhã deste domingo (19) no Centro de Vitória. Com 15 anos de história, o grupo já é tradição da folia capixaba.
A confeiteira Bruna Paterlini e o designer Daniel Barreto estão vindo pela quarta vez ao bloco. A fantasia de vaquinha já é a oficial do carnaval: em todo o bloco mais animado, Daniel coloca a mimosa para jogo! “Ele já tinha essa fantasia e a gente acha que é uma coisa diferente. Diz ele que não é tão quente (risos)”, diz Bruna. Daniel complementa: “Já tinha há uns três anos, é a fantasia oficial do carnaval. No bloco mais animado, eu venho com ela”.
A confeiteira Bruna Paterlini e o designer Daniel Barreto . Crédito: Beatriz Heleodoro
Em relação ao horário do bloco, que começou com a concentração às 8h, eles acham ótimo. “Bem melhor começar cedo, tem coisa melhor que estar em casa antes das 22h?”, brinca Bruna.
E tem até meme vindo para a rua. O dentista Leonidas Carvalho veio ao bloco pela terceira vez e, neste ano, escolheu a fantasia de "a loira de odonto”, um meme que circula nas redes sociais. A fantasia foi feita com o que ele já tinha em casa. “Eu fiz com tudo que a Eliana me ensinou ‘com a tesoura sem ponta e cola’ (risos). Eu ja tinha o boné e a peruca, já tinha de outros carnavais”, contou. Para a escolha, além do meme, ele justificou: “Acho que a gente tem que saber rir de si mesmo”, finalizou.
O dentista Leonidas Carvalho veio ao bloco pela terceira vez. Crédito: Beatriz Heleodoro
"Podrão" e maionese caseira
“Se não tiver maionese caseira, eu nem como o podrão”. Foi pensando numa fantasia que representasse algo capixaba que o médico Fabiano Furlan e o bancário Gutierri Andreza apostaram nas fantasias de lanche e maionese caseira! Os dois já tinham se fantasiado de “ícones capixaba” no ano passado quando alugaram um sítio em Guarapari e se vestiram de "Vape" e "Copo Stanley". Foi tanto o sucesso entre o grupo de amigos que precisaram trazer outra ideia para o Regional da Nair.
“Queríamos seguir a mesma linha. Como a gente viu que o pessoal gostou muito, queríamos uma outra coisa que representasse (o capixaba)”, disse Gutierri. A roupa foi toda feita de “EVA, cola quente e bolhas nos dedos”, segundo Fabiano .
O médico Fabiano Furlan e o bancário Gutierri Andreza. Crédito: Beatriz Heleodoro
No Regional, já é sexto ano que eles marcam presença. Eles dizem que blocos como esse ajudam a valorizar o Centro e que deixam de viajar no feriado de carnaval para estarem presentes nos blocos de rua de Vitória. “A gente acha que o poder público precisa valorizar o carnaval do Centro de Vitória porque tem tudo pra dar certo”, finalizou Gutierri.
Allan Diego, de 36 anos, no Regional da Nair 2023, fantasiado de "fantasma do comunismo". Crédito: Beatriz Heleodoro
"Fantasma do comunismo"
Allan Diego, de 36 anos, é jornalista e já perdeu as contas de quantas vezes já participou do Regional da Nair. Para esta vez ele escolheu vir de fantasma do comunismo. “Acho que tem tudo a ver com esse momento do país, esse medo insano, essa histeria coletiva de algo coletivo, de uma coisa que não existe. E, como é carnaval, zoeira, brincadeira... a gente sai assim”, contou. A ideia da fantasia foi dele, mas a execução foi da namorada Letícia, que confeccionou com seda e EVA.
Chuveiro e banho
Com sensação térmica de 32°C na Capital, a Isabella Gama, de 25 anos, optou por ir de chuveiro. “Está calor, tem que tomar um banho para refrescar”, brincou. A fantasia é feita com um chuveiro mesmo e já foi utilizada no Carnaval de 2020.
Isabella Gama, de 25 anos, foi de chuveiro para a folia. Crédito: Beatriz Heleodoro
Sobre o Regional, que já frequenta há 5 anos, Isabella destaca o impacto positivo do bloco no Centro da cidade. “Acho que movimenta muito a cultura local e é bom para os comerciantes”, pontuou.
E tem mais gente tomando banho. O servidor público Max Almeida, de 33 anos, já usa esse modelo de fantasia há uns 10 anos e escolheu ela de novo para o Regional.
Ele até brincou que estava tomando banho quando começou o bloco e acabou a água. “Vim ver o que estava acontecendo, tentar achar quem cortou minha água”, brincou. Hoje, ele mora no Ceará, mas já curte o Regional da Nair desde quando o bloco começou, há 15 anos.
Max Almeida, de 33 anos, no Regional da Nair 2023. Crédito: Beatriz Heleodoro
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