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Publicado em 30 de julho de 2022 às 09:56
Brilho, grinalda e véu? ''Ara''! Para o casamento da Juma com o Jove, da novela 'Pantanal', da TV Globo, foi escolhido couro, crochê, simplicidade e muito reaproveitamento. Em uma pegada de moda sustentável, o vestido utilizado pela filha de Maria Marruá, a onça da trama, foi pensado e produzido por um grupo de seis mulheres capixabas, de um ateliê localizado em Viana, município da Região Metropolitana de Vitória.
Foi ao som de ''Amor de Índio'', canção de Beto Guedes e Ronaldo, que Juma atravessou o seu casamento com um estilo bem característico do verdadeiro Pantanal. A peça passou pelas mãos de Ionice Tavares, Lucilene Tavares, Dona Elza Alves, Ana Paula Rossi, Íria Judite e a responsável pelo processo criativo, a artista plástica Jacqueline Chiabay.
Trabalhando há mais de 20 anos com moda e decoração, Jacqueline utiliza o couro como matéria-prima e marca registrada de seu trabalho, pensado de uma forma diferente e inusitada. ''Era muito caro trabalhar com o couro, daí surgiu a ideia de aproveitar os retalhos que sobravam'', diz.
Essa forma de utilizar o couro reaproveitado engloba uma moda sustentável, com material de reaproveitamento de restos de fábricas. O ateliê recebe os retalhos de vários cantos do Brasil, que são separados por cor, em tirinhas, e que viram novelos, que podem se tornar itens de decoração ou vestuário.
Essa pegada leve e um tanto quanto requintada, chamou a atenção dos figurinistas da Globo. Íria, que ajudou a fazer o tricô e o crochê do vestido, comenta a gratidão de ter participado de um projeto como esse. ''Fiquei feliz de ver uma pessoa tão famosa, chique e bonita como ela'', diz.
Dona Elza, que também teve muita colaboração com o vestido, ficou feliz com o feito não só por ela, mas por todas que também participaram da peça. ''Eu amo esse trabalho, é um dinheiro extra que nos ajuda a cada dia da nossa vida e também [ajuda] a nossa mente'', comenta.
Segundo Jacqueline, o trabalho é fruto de união e carinho. ''São muitas mãos envolvidas com muito amor. Mulheres da comunidade aqui do entorno do ateliê e espalhadas pelas áreas rurais do Espírito Santo'', conta.
E não pense que é somente a Juma ganhou presente de mãos capixabas: as peças em couro feitas em Viana também estão no cenário da casa do Zé Leôncio, nas mantas e nas almofadas espalhadas pela residência.
DECORAÇÃO
A decoração do casamento também teve um toque especial de mãos capixabas. A designer Mikka Wentz, em parceria com a empresa Papel Recriado, assinou a decoração da cerimônia com suas flores. ''Tem flor em tudo quanto é lugar, desde a entrada noiva, decoração dos bancos, altar da igreja, festa, bolo, a mesa do bolo'', relata a artesã.
Na celebração do matrimônio, foram utilizadas mais de 4500 flores, modeladas pétalas por pétalas e camada por camada. ''É muita flor. Foram dois meses de trabalho intenso'', revelou.
As flores que compuseram o buquê da muda são feitas com papiro, papel de casca de cebola – que não fica com cheiro – e de fibra de banana. Esse papel natural é feito na região do Caparaó, localizado na divisa do Espírito Santo, pela empreendedora Emanuelle Righeti, da empresa Papel Recriado.
Emanuelle conta que usa fibras que são de ciclo renovável, que é a bananeira, a taboa e a palha de café. "Coisas que seriam descartadas e estamos reutilizando. A água que usamos é reaproveitada, a mão de obra é local''.
E as flores podem ter cores diversas sim, viu?! A variação das tonalidades do papel utilizado para confeccionar as flores é derivada de um tingimento natural. O papel é de fibra de banana, mas pode levar um toque de casca de alho, uma cor de açafrão. Todo esse reaproveitamento, tanto na decoração quanto no vestuário, compuseram um casamento cheio de emoções e com muita personalidade pantaneira.
Com informações da repórter Luanna Esteves, do Em Movimento.
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