Xógum: A Gloriosa Saga do Japão. Crédito: Divulgação
Nova série produzida pelo canal FX, uma das propriedades artísticas/intelectuais da Disney, mal estreou e já está chamando a atenção de muita gente. Após o grande sucesso de “O Urso”, a série da vez é “Xógum: A Gloriosa Saga do Japão”. E sim, o título no Brasil foi transliterado, usando "X" ao invés de "SH" como no original.
Com distribuição internacional pelo Star+, a série entrou para o catálogo do streaming na última terça (27). Com uma divulgação discreta, ela é uma grata surpresa e pode ser uma ótima opção para os fãs de Game of Thrones e derivados.
Com personagens carismáticos e interessantes, boas atuações e clima intenso de intrigas políticas, ela tem um contexto histórico riquíssimo com vários conflitos e choques culturais a serem explorados.
Mas do que se trata “Xógum”?
A série se passa em 1600, período das grandes navegações e encontros que iriam conectar todo o planeta nos anos posteriores. O líder do Japão, o Xogum, está morto. Seu herdeiro ainda é muito jovem e um conselho de senhores feudais, formado por quatro membros, governa o Japão até o príncipe herdeiro ter idade suficiente para assumir a função.
O espectador acompanhará a história de dois personagens principais: John Blackthorne e Yoshi Toranaga.
John Blackthorne (Cosmo Jarvis) é um marinheiro britânico protestante - o fator religião é extremamente importante nessa história - com a missão de encontrar o "Império Português Oriental”, também conhecido como Japão. No período histórico em que a série se passa, apenas Portugal tinha chegado ao Japão e não compartilhava as rotas com os demais países da Europa (isso está parecendo aula de História).
Com os portugueses e alguns espanhóis, a fé católica também aportou no Japão, e juntos eles levaram seus conflitos com a recente divisão do Cristianismo, o Protestantismo (que surgiu em 1517).
Já Yoshi Toranaga (Hiroyuki Sanada) é um senhor feudal, responsável pela região de Osaka - que era um dos maiores centros do Japão. Ele está sendo acusado, de forma implícita, pelo conselho que gere o Japão na ausência do Xógum, de querer dar um golpe de estado.
Após vários dias de viagem, e perder quase toda sua tripulação, inclusive o capitão, Blackthorne chega ao Japão, na região governada por Toranaga, com apenas 12 homens e um navio. E a partir daí suas histórias se cruzam e mudam os rumos da política do Japão.
Os dois primeiros episódios disponíveis no Star+ são um show de boa direção, atuação e roteiro. Sem atuações exageradas e estereotipadas, é uma homenagem ao cinema japonês de samurais.
Expectativas e preocupações
“Xógum: A Gloriosa Saga do Japão” em apenas seus dois primeiros episódios, já tem sido comparada com Game of Thrones, seja pelo seus conflitos políticos anunciados ou da violência hiper-realista da série (que conta com decapitações mais rápidas que os olhos podem ver, a fervura de um homem vivo). Mas não se assuste, essa série não é um show de gore, tudo é feito com uma imensa finesse.
Porém outra série histórica começou super bem e caiu em um “chatice” e “mesmice”: Vikings, que trazia os mesmos elementos, mas não conseguiu se manter tão intensa no fim como foi no início.
Mas olhar para os erros dos outros e evitar repeti-los é um ato de sabedoria. Desde “O Urso” a FX tem se mostrado extremamente cuidadosa com suas produções. Com certeza ouviremos falar muito, seja no boca a boca ou nas premiações do ano que vem, dessa grande saga do Japão que Xógum tem se proposto a ser.
A série está disponivel no Star+ e no Disney+, com novos episódios todas as terças-feiras.
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