Início das obras de restauração do Teatro Carlos Gomes. Crédito: Fernando Madeira
Após cinco anos fechado, as obras para restauração do Teatro Carlos Gomes, no Centro de Vitória, começaram. A informação foi divulgada na manhã desta quinta-feira (15), através de uma coletiva de imprensa em frente ao aparelho cultural, que já se encontra cercado por tapumes. Com um investimento de R$ 20 milhões, oriundos de iniciativa privada, a obra começou na semana passada e tem a previsão de entrega de até dois anos e meio.
"O teatro é um símbolo que todos nós amamos, gostamos. É muito bom poder começar essa obra neste momento. Que tudo dê certo e daqui dois anos, com a obra entregue à população capixaba, que o teatro vai servir para equipamentos da área cultural e vai estar aberto permanentemente para receber as pessoas", disse o governador, Renato Casagrande, durante a coletiva.
O restauro ocorre a partir de um acordo de cooperação técnica entre o governo estadual e o Instituto Modus Vivendi, responsável por outras obras de restauração pelo Espírito Santo, como o Santuário de São José de Anchieta, no Sul do Estado. Segundo a presidente do instituto, Erika Kunkel, através da iniciativa "Resgatando a História", o objetivo do restauro é alinhar a originalidade do teatro à modernidade.
"Nosso cronograma é de dois anos e meio, e nós cumprimos sempre o nosso cronograma. Espero daqui a dois anos e meio inaugurar este teatro. As obras já começaram desde segunda-feira passada. Estamos aqui hoje fazendo esse evento mas a obra já iniciou", destaca Erika Kunkel, presidente do Instituto Modus Vivendi
Início das obras de restauração do Teatro Carlos Gomes. Crédito: Fernando Madeira
MELHORIAS NO ESPAÇO
O espaço foi fechado por problemas no ar-condicionado e no telhado, em dezembro de 2017. Entre setembro e dezembro do ano seguinte, chegou a ser reaberto provisoriamente para alguns eventos mas, desde então, as portas do local não se abrem mais ao público. Entre as melhorias, estão previstas reformas na acústica e iluminação.
Recursos de acessibilidade, como rampas de acesso à plateia e plataforma de acesso ao palco, elevadores, camarim e sanitários destinados a pessoas com deficiência (PDC), também estão garantidos. Algumas novidades são a restauração da bilheteria original, que passará a ser utilizada pelo público, e a construção de um café no foyer superior e uma área de exposição.
"É um projeto de restauro e readequação do teatro, adequando o espaço ao modo de vida atual, a nossa contemporaneidade. Com elevadores, com projetos de segurança, com novas mídias, nós teremos um teatro mais moderno. Apesar da atualização, nós estamos preservando toda a originalidade do teatro"
Erika Kunkel, presidente do Instituto Modus Vivendi
Na plateia, as obras incluem o restauro do estêncil original nas paredes e a prospecção de um trecho do piso original, para visualização. Motivo do fechamento do teatro em 2017, os aparelhos de ar-condicionado serão substituídos por novos equipamentos e passadiços com linha de vida serão instalados para manutenção interna e externa dos telhados.
Os R$ 20 milhões investidos nas obras foram captados por iniciativas privadas, através da Lei de Incentivo à Cultura. Os recursos são oriundos do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Energias de Portugal (EDP), que investiram R$ 10 milhões cada.
Veja como está o espaço atualmente:
Obras do Teatro Carlos Gomes começam no primeiro semestre de 2023
DEMORA NO INÍCIO DAS OBRAS
Em entrevista, o secretário de Estado da cultura, Fabrício Noronha, disse que a obra era prioridade do governo de Renato Casagrande desde a primeira gestão, em 2019. As obras, porém, chegaram a ser prometidas em outras ocasiões mas só saíram do papel no primeiro semestre de 2023, na segunda gestão do político.
Questionado sobre o atraso para realização da obra, Noronha detalhou o processo pré-reforma, que incluiu a contratação do projeto arquitetônico, em 2020, e a parceria com o Instituto Modus Vivendi, para captação de recursos através do apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Energias de Portugal (EDP).
"Nós chegamos no governo em 2019 e o teatro foi encontrado em péssimas condições, com infiltrações, rede elétrica prejudicada colocando em risco quem trabalhava no teatro, sobretudo o público. (...) Tivemos alguns atrasos porque a própria lei de incentivo federal, como é de conhecimento de todos, sofreu algumas paralisações no governo anterior e agora com o novo governo, o Iphan, o Ministério da Cultura, houve um envolvimento direto e empenho para que a gente destravasse os projetos, os processos de liberação, e chegasse aqui, hoje, nesse momento importante do início efetivo da obra das intervenções. E daqui a dois anos o nosso teatro reaberto para o público, para a cultura do Estado", explicou Fabrício Noronha, secretário de Estado de Cultura.
"Um dos nossos principais palcos, um desejo da cena cultural por essa reabertura e do Centro de Vitória, da população de modo geral. É muito importante que a gente consiga também ter um projeto de qualidade que vai dar conforto térmico, acessibilidade plena a todos os andares"
Fabrício Noronha, secretário de Estado de Cultura
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