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Publicado em 29 de setembro de 2023 às 09:00
Eventos de grande porte têm sido alvo de bandidos. Não faltam casos de vítimas relatando terem seus pertences, principalmente celulares, furtados em grandes festivais e shows como o The Town, realizado no início do mês em São Paulo, e o Vital, ocorrido no meio do mês em Vitória.
A situação chama atenção do público frequentador assim como dos próprios organizadores. Preocupados com a repercussão dos casos, os empresários relatam que estão em contato constante com as forças de segurança pública, que planejam até colocar agentes públicos infiltrados nos eventos para identificar e prender os criminosos.
Em conversa com HZ, o presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos no Espírito Santo (Abrape-ES), Pablo Pacheco, revela que as táticas para conter estes tipos de crimes nos eventos são amplas e já geram resultados.
"Os grandes eventos nacionais sofrem com gangues especializadas em furtos. No Vital, a equipe de segurança prendeu três individuos com 16 celulares, sendo dois de Minas Gerais e um de Campos (RJ). Esta quadrilha roda grandes eventos pelo país para promover furtos", revela ele, que também é um dos organizadores do maior carnaval fora de época do Espírito Santo.
Segundo o presidente da Abrape-ES, são diversas ações realizadas pelas produções das festas, que colocam a segurança como primeiro tópico durante o seu planejamento. Mas, é difícil conter a tática usada pelos criminosos.
"Até o The Town teve problema de furtos. É um trabalho de difícil combate. Os ladrões trabalham em grupo. Um rouba e repassa o aparelho celular para outro meliante. Às vezes, você até pega quem roubou, mas ela já passou o aparelho para outro no meio do evento, que some no meio da multidão", detalha, lembrando que os empresários seguem investindo para que os casos diminuam a ponto de não se ter mais situações como esta.
Pablo explica que, após a prisão dos criminosos na sexta-feira de Vital, dia 15 de setembro, o evento teve uma redução drástica nos números de ocorrências registradas na polícia no segundo dia do evento. Ele explica que a segurança do público nos grandes eventos privados é um dos primeiros tópicos discutidos durante o planejamento. Entre as ações planejadas para realizar um grande evento estão:
Segundo Pablo, a média de profissionais de segurança contratados para eventos é de um vigilante para cada 80 pessoas. A promessa é de novas táticas em parceria com as polícias Civil e Militar.
"Planejamos um encontro dos organizadores com as forças de Segurança Pública e empresas de segurança privada. Vamos colocar em debate o que tem sido feito e o que pode melhorar para ampliar o combate a furtos nos eventos. Entender com as polícias (Civil e Militar) como as empresas de segurança podem melhorar sua atuação, como se planejar melhor e como a polícia pode apoiar nas ações para coibir os assaltos", adianta Pablo.
HZ procurou a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) para entender melhor quais são as ações e planos para os próximos grandes eventos. Na conversa, o Coronel Sebastião Biato, gerente de Operações Integradas da Sesp, revelou que o plano é monitorar ainda mais a entrada dos frequentadores com ajuda da inteligência da polícia e até mesmo colocar agentes públicos à paisana em algumas festas e shows para identificar e prender os criminosos.
"Para o próximo ano (do Vital), a proposta é monitorar quem está indo para o evento, aproveitando instrumentos como videomonitoramento para fiscalizar o acesso e saída dos frequentadores, refinar a revista de quem está saindo do evento para verificar se tem pessoas com celulares roubados a até mesmo outras situações", disse o Coronel.
"Nossa intenção é colocar agentes nossos infiltrados dentro dos eventos para auxiliar as equipes de segurança. A nossa ideia é infiltrar a inteligencia dentro dos eventos, assim o cara que quer agir vai pensar duas vezes", completa.
Biato explica que existe um controle operacional envolvendo todas as forças públicas (Bombeiros, Polícia Civil e Militar e Guarda Municipal). Sua atuação facilita a comunicação e acertos durante os eventos.
"Se faltou um policiamento em determinado ponto da saída do evento, como combinado, na mesma hora é comunicado e a situação é ajeitada. Antes não tinha isso", conta, lembrando que sempre existe uma reunião com os empresários antes de qualquer evento.
"Em todo evento que é realizado, eu chamo o organizador para entender o evento. O empresário passa o público estimado e explica o que é o evento. Em cima disso, a gente verifica o que é necessario para realização do mesmo. Eu vou ver os recursos que eu preciso em cima do quantitativo de público e horário de realização", explica.
Na sequência, a Sesp direciona as equipes necessárias sendo Bombeiros com brigadistas e socorristas necessários, a Polícia Militar com as rondas estratégicas, a Polícia Civil com a inteligência e registro de ocorrências e a Guarda Municipal para orientar o trânsito e ajudar no videomonitoramento.
"Em relação a questão de segurança interna, a gente orienta os empresários e fala o que será necessário para a realização, como o número mínimo de profissionais para revista e segurança. Depois, eles contratam a empresa de segurança que participa de uma reunião e a gente passa as orientações para os vigilantes", detalha.
Além de todo esquema para a segurança do público, o coronel Biato ainda ressalta algumas ações importantes por parte dos frequentadores durante os eventos:
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