Repórter / [email protected]
Publicado em 19 de novembro de 2024 às 12:48
A essência da cultura brasileira, em toda a sua diversidade, é a alma do novo álbum do multi-instrumentista e compositor Gabriel Ruy. Intitulado "Batuque Santo", o disco, que já está disponível nas plataformas digitais, possui oito faixas de jazz que encantam os ouvintes com suas melodias cativantes. Cada canção é nomeada em homenagem a uma paisagem do Espírito Santo, refletindo a conexão profunda de Gabriel com sua terra natal.
Lançado no mês da Consciência Negra, "Batuque Santo" representa uma obra que floresce de dentro para fora, mantendo sua identidade intacta. O trabalho mergulha nas raízes da música negra, conectando-se profundamente com o espírito afro-brasileiro, ao mesmo tempo em que abraça influências de outras culturas, incluindo a norte-americana.
Gabriel Ruy já tocou com artistas como Criolo, Liniker, Marcelo D2, entre outros, e já gravou com Daniela Mercury. Neste álbum ele buscou criar um som que ressoasse com a geração mais jovem, muitas vezes impaciente com longos solos instrumentais. “Precisamos nos adaptar a essa nova realidade”, observa Gabriel.
Atualmente em turnê com o capixaba Silva, Gabriel decidiu programar as batidas de todas as faixas do álbum, exceto a faixa “Boca da Baleia na Toca do Tatu”, que conta com uma bateria ao final e vocais de Marcus Paulo Colibri. A percussão e o batuque orgânico são elementos recorrentes no disco, com destaque para a faixa "Monte Aghá", que apresenta um arranjo de Bruno Santos e um solo de tambor impressionante de Tiago Nunes, um dos principais percussionistas do país.
“O Brasil tem uma diversidade cultural muito absurda e o próprio tambor mostra isso. Há inúmeras formas de tocar o ‘Boi’ do Maranhão (Bumba-meu-boi), assim como há diferentes maneiras de expressar o Congo no Espírito Santo - é de um jeito na Serra e de outro na Barra do Jucu (Vila Velha). O álbum representa todo esse nosso contexto diverso e ancestral”, ratifica Gabriel.
"Batuque Santo" se distingue pelas participações especiais de vários músicos talentosos. Na faixa "Marvila", o saxofonista Lucas Sales, que participou do último álbum de Elza Soares, traz sua contribuição única. "Álvaro O Mestre" conta com as guitarras de Thiago Arruda, um capixaba que já fez turnê pela Europa com Ed Motta. A quarta faixa, "Itatiaia Íris", é adornada pela gaita de Paulo Prot, oferecendo uma melodia inspirada na música mineira.
Uma característica marcante de "Batuque Santo" é que cada canção é nomeada em homenagem a uma paisagem do Espírito Santo, refletindo a conexão de Gabriel com sua terra natal. Esta inspiração vem de seu pai, Mário Ruy, que sempre buscou na natureza capixaba a sua musa. A faixa "Maria Neném" homenageia uma praia em Piúma, enquanto "Monte Aghá" celebra outra beleza natural. "Álvaro O Mestre" presta tributo ao monte localizado na Serra, e "Itatiaia Íris" é uma homenagem dupla às Ilhas Itatiaia e à tia de Gabriel, Íris.
"Boca Da Baleia", uma praia em Anchieta, e "Marvila" e "Praia dos Namorados", locais que marcam a vida pessoal de Gabriel, completam o álbum. "Batuque Santo" é uma verdadeira celebração da herança cultural e das paisagens do Espírito Santo, trazendo à tona a beleza e a riqueza da música capixaba através das composições de Gabriel Ruy.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta