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Publicado em 27 de novembro de 2022 às 09:00
E se os alunos de escolas se tornassem personagens que estampam figurinhas de um álbum personalizado? Isso foi possível em três escolas do Espírito Santo: na Escola de Ensino Fundamental (Emef) Tânia Poncio Leite, em Vila Cajueiro, em Cariacica, e no Colégio Vicentino São José, em Vila Velha. Em meio à febre do álbum de figurinhas da Copa do Mundo, os projetos têm feito a alegria dos alunos ao conseguir unir em uma atividade, diversão e aprendizagem.
Os 220 alunos da Escola de Ensino Fundamental (Emef) Tânia Poncio Leite, em Vila Cajueiro, em Cariacica, produziram um álbum personalizado com 258 personagens da escola, divididos entre alunos, corpo docente e funcionários. O objetivo é um resgate da brincadeira de troca de figurinhas de forma lúdica e inspiradora.
As cinco turmas da Educação Infantil e Ensino Fundamental receberam os álbuns da "Copa da Tânia" e um pacote de figurinhas. O álbum foi feito com recursos e materiais da escola e, além das figurinhas que são divididas por turma e funcionários, há também as figurinhas raras, como a da Vila Cajueiro.
A diretora da escola, Luciana Zanette, afirmou que a expectativa é proporcionar diversas aprendizagens para os alunos através da socialização. Os alunos aceitam a sua própria imagem, fazem novas amizades, além de inserir todos nesse momento.
“Trabalhamos com ideias coletivas. Quando começou a febre do álbum de figurinhas, sentamos para conversar com o que poderíamos fazer para auxiliar os alunos neste processo, partindo da temática da Copa do Mundo, de forma a incluir todos os alunos nesta realidade, pois a maioria não tem condições de bancar um álbum oficial. Então esse projeto daria as mesmas oportunidades para todos, envolvendo-os de forma lúdica e atingindo o objetivo proposto”, afirmou Luciana.
O Colégio Vicentino São José lançou o projeto pedagógico “Cola comigo no São José”, um álbum de figurinhas personalizado e exclusivo para os estudantes do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental.
O designer Thiago Egg e o publicitário Gabriel Vogas são os idealizadores do projeto. Gabriel é ex-aluno do colégio São José e diz que em 2018, os dois haviam produzido um álbum similar. Em 2022, a dupla apresentou a ideia para a coordenadora pedagógica do fundamental I, Michele Dipré, e juntos pensaram em como transformar o material de um simples álbum para algo com mais caráter didático.
“O objetivo é aproveitar a empolgação da Copa e do seu álbum de figurinhas, que em geral vira febre nos meses anteriores à competição, para criar um material que as crianças aprendessem com muita diversão. Pelo caráter diverso dos mascotes que criamos, o álbum apresenta conteúdo multidisciplinar (história, ciências, cultura, idiomas, artes). Sem falar na interação entre os alunos, que, para completar o álbum, precisarão trocar figurinhas com colegas de outras salas e séries”, afirmou Gabriel.
Os alunos recebem os pacotes com figurinhas à medida que completam suas atividades na escola ao longo do mês. E, além de toda a informação contida no álbum, faz parte do objetivo de o projeto fomentar a interação entre as diferentes salas, com a tradicional troca de figurinhas no recreio.
“Além da interação entre alunos com as trocas de figurinhas, os mascotes e textos do álbum levantam temas das mais diversas áreas que são trabalhadas em sala de aula: história, ciências, geografia, cultura, diversidade, arte, interpretação de texto. Eles adoraram o projeto, ficam superanimados com os dias que recebem as figurinhas”, disse a coordenadora pedagógica Michele Dipré.
Professores da disciplina de história da rede municipal de Anchieta criam o jogo “Figurinhas da Copa” com personalidades negras que foram e são destaques em nível mundial, nacional e regional (Espírito Santo e Anchieta). A ideia é utilizar um assunto em alta para apresentar a cultura negra aos alunos.
A atividade foi proposta durante a formação em serviço realizada com os educadores pela Secretaria de Educação e atinge todos os alunos de 6º ao 9º ano da rede municipal. A novidade já está acontecendo nas salas de aula e vem empolgando os estudantes sobre o tema, com pesquisas sobre as personalidades, debates em sala de aula, entre outras formas de conhecimento.
Além de apresentar a cultura e a história negra para os alunos, a atividade tem propósito também de promover o combate ao racismo no ambiente escolar. A iniciativa é coordenada por 12 professores e irá abranger 1.514 alunos da rede municipal.
Segundo a professora Núbia Barcelos, o jogo de "Figurinhas da Copa" funciona como uma ferramenta para a construção da autoestima dos estudantes, fazendo com que eles conheçam a narrativa da população negra, além da escravidão. "Nossa intenção é reconhecer de forma coletiva o valor da cultura e da luta de pessoas pretas que não se calaram e levantaram a cabeça contra o racismo apresentado em nossa sociedade", disse.
*Vitor Recla é aluno do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Este conteúdo teve a supervisão do editor de HZ, Erik Oakes.
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