Administrador / [email protected]
Publicado em 21 de janeiro de 2022 às 15:29
A Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge), em comum acordo com as agremiações, decidiu cancelar os ensaios técnicos no Sambão do Povo. Diante do atual cenário crítico de aumento do número de casos da Covid-19 no ES, a organização optou em modificar o cronograma, mantendo apenas a data do desfile oficial.
Em comunicado feito pela Liesge, através das redes sociais, na última quinta-feira (20), a organização ressaltou que os trabalhos continuam para o desfile 2022, marcado, por enquanto, para acontecer nos dias 17 e 19 de fevereiro.
Procurada por “HZ”, a Liesge informou que não conseguiria seguir as medidas necessárias sem uma estrutura que permitisse o controle de pessoas. E ressaltou ainda que as escolas deverão encontrar alternativas para conseguir minimizar os problemas de não fazer o ensaio técnico no Sambão do Povo.
“O objetivo do cancelamento segue exatamente o que estamos pregando para os desfiles, um controle. Não daria para realizar um ensaio técnico sem a estrutura, que está em processo de finalização. Os ensaios são uma data muito aguardada, mas, agora, temos que pensar na saúde e nos riscos. As escolas terão que buscar outras alternativas”, enfatizou Gustavo Fernando, diretor de comunicação da Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial.
Tradicionalmente, os ensaios técnicos acontecem nas duas semanas que antecedem aos desfiles. As sete escolas do Grupo A e as sete do Grupo Especial costumam fazer uma espécie de prévia do grande dia. Sobre o cancelamento do "esquenta" em 2022, as agremiações se manifestaram a favor da decisão.
“A realidade é que a decisão foi sensata, não estamos fazendo ensaios de rua para proteger os nossos componentes. O momento é de alta de casos, estamos cobrando a vacinação até dos familiares dos nossos integrantes. Não acredito que a escola será prejudicada sem o ensaio técnico. Na verdade, vai permitir para que o desfile exista” afirmou o presidente da “Chegou o Que Faltava”, Rafael Cavalieri.
Já para escola Mocidade Unida da Glória (MUG), será uma perda não ir ao Sambão do Povo antes do desfile. Segundo a assessoria, o ensaio é uma oportunidade para que tudo ocorra como planejado. Entretanto, a MUG ressalta ser a favor da decisão com base na saúde.
“Toda quinta-feira nós fazemos um ensaio técnico na quadra para trabalhar os nossos componentes. Só que não ter o ensaio no Sambão prejudica no dia do desfile, é uma oportunidade de fazer um teste de avenida. Mas não queremos que aconteça a qualquer custo. A escola entende que é uma perda, mas também que é uma decisão sensata”, garantiu a MUG.
Outra agremiação que acredita no prejuízo de não realizar o ensaio técnico é a Unidos da Piedade. Mesmo assim, o diretor geral de Carnaval e Harmonia, Elder Alves, afirmou que a decisão foi acertada e que a agremiação continua trabalhando para fazer bonito na passarela do samba.
"Diante da atual situação que vivemos, achei acertado o cancelamento dos ensaios técnicos. Mas de antemão enxergo que é um prejuízo para nós como escola de samba, é um momento de fazer com que nossa comunidade sinta a energia da escola. De todo jeito, continuamos unidos em busca de realizar uma grande festa, nos protocolos e em segurança para todos os participantes", disse Elder.
O presidente da Andaraí, Thiago Bandeira, também concorda em não haver os ensaios técnicos. Segundo ele, seria incoerente fazer o desfile seguindo os protocolos, mas realizar o ensaio aberto. “Se nós temos um prognóstico de promover o desfile com o comprovante de vacinação, não dá para fazer o ensaio técnico uma semana antes sem seguir da mesma forma”, ressaltou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta