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Publicado em 12 de maio de 2024 às 09:00
Em homenagem ao Dia das Mães, HZ foi atrás de três mães capixabas dos segmentos da arte, moda e gastronomia para contar um pouco sobre seu legado e relação com a maternidade. Da capoeira à cozinha autoral, as mamães falaram sobre essas paixões que são passadas de mãe para filho e de filho para neto, e não para por aí.
A palavra "mãe" por si só já remete a aconchego, carinho e fidelidade. É aquela que gera a vida, e continua a zelar pelo resto dela. Mais do que mães, são mulheres que lidam com carreiras, família, empreendimentos, e com a rotina puxada. Todos os dias são considerados verdadeiras celebrações ao lado destas mulheres. Confira a entrevista de HZ com a música e médica Juana Zanchetta, a chef Cynthia Carone e a modista Regina Pagani.
Juana Zanchetta, além de mãe, é várias versões em uma. Médica e obstetra, cantora, capoeirista e apaixonada pelo carnaval. Em um bate-papo com HZ, a artista conta que sua mãe foi essencial no seu envolvimento com o samba e o carnaval. "Eu e minhas irmãs amamos o Carnaval de Vitória, nós tocamos na bateria e meus pais na velha guarda...minha mãe foi diretora da velha guarda por muitos anos. Cultivamos muito isso dentro de casa também, é uma paixão de gerações", revela.
Além da paixão pelo carnaval, Juana conta que muitas das suas inspirações de repertório em shows e figurinos se baseiam nesse amor que ultrapassa gerações. E para além da música, o envolvimento pela arte e cultura sempre foram influenciados pela sua família. A capoeira se tornou algo marcante desde seus sete anos de idade, e as memórias afetivas com a mãe não param por aí.
"Tenho muitas memórias com minha mãe na praia pegando um sol, passando um bronzeador... lembro até do cheiro do bronzeador que ela passava! Meus pais colocavam a gente no carro e viajávamos em longas distâncias, ouvíamos fitas no carro e cantávamos para passar o tempo, Chitãozinho & Xororó, Milton Nascimento... essas memórias enchem o coração", disse Juana.
Mãe da pequena Elis, de dois anos, a médica contou que a filha já mostra interesse pela música e arte. "Ela pega o pandeiro, o tamborim, eu acho muito bacana. Ela também já cantarola em casa as músicas que canto nos ensaios, é impressionante. Não costumo cantar em casa, só nos ensaios. É muito bom ver ela se interessando, serei uma mãe babona e orgulhosa demais".
Juana Zanchetta e família
E da arte vamos direto para a cozinha e gastronomia. Cynthia Carone é uma das atuais donas do Empório Bistut's, na Praia do Canto, em Vitória. Referência em culinária árabe e diversos quitutes deliciosos, a chef conta que o legado da paixão pelo cozinhar veio de sua mãe e de sua vó Ana.
"Eu nasci em uma família que tem prazer em cozinhar, tudo gira em volta da mesa e acaba sempre em pelo menos um lanchinho. Essa tradição vem da minha avó Ana Carone, de onde tudo começou. Ela adorava receber e agradar a todos com seus quitutes, e a partir daí, começou a fazer salgados, doces e bolos para suas clientes em Colatina", conta.
A tradição, que foi passada da avó Ana Carone, para a mãe Najla e em seguida para Cynthia, não parou. A empreendedora, que também é formada em ciências contábeis e nutrição, conta que a filha Maria Júlia desde pequena já mostrava interesse por receitas. "Ela sempre inventava moda! Como nossa família é uma festeira, estamos sempre juntas fazendo receitas na cozinha".
E como não ter memórias quando o assunto é mãe? Uma lembrança engraçada que Cynthia conta foi quando a família ainda morava em Ibiraçu e sua mãe fazia biscoitos para vender em Vitória. "Minha função era colar o casadinho com a goiabada, eu só podia brincar depois que colasse tudo, e pra isso contava com ajuda das minhas amigas. Mas tinha um detalhe, tinha que colar assoviando (risos), pra ela ter certeza de que não estávamos comendo", brinca a contadora.
Cynthia Carone e sua família
Conhecida por ser dona de uma das maiores boutiques de moda feminina da Grande Vitória, a modista Regina Pagani não poupou elogios sobre sua relação com a mãe, que desde nova já costurava e confeccionava vestidos de noiva. Para HZ, a empresária revelou que sua mãe foi sua maior inspiração para seguir no legado fashion.
"Minha mãe era 'modista' e costureira. Ela e suas clientes escolhiam os tecidos, os modelos das roupas, como seria o acabamento... essas roupas iam parar nas festas da cidade, nas debutantes, noivas e convidadas. Ela fazia sob medida e eu adorava todo aquele universo! Como não se emocionar e se influenciar com isso? Tive a minha vocação, mas ela foi a minha grande inspiração", disse.
Assim como Juana Zanchetta, a relação de Pagani com a moda é movida pela paixão. Ela enfatiza que a moda é uma das formas do ser humano de expressar sua cultura, emoção e comportamento. "Arte e moda, estão em constante movimento, afinal são feitos por pessoas e para pessoas. E isso me encanta! Em cada coleção que escolhemos para nossas araras eu vejo arte. Amo as cores, nuances, ritmo. Quando o look Regina Pagani encaixa perfeito na minha cliente eu só enxergo arte!"
E o legado da moda continua. Marcela, filha de Regina, desde nova seguiu os passos da mãe, e hoje gerencia a loja Regina Pagani. "Marcela criou seu espaço na moda e construiu um público novo para a loja. Ela trouxe o casual, o fast fashion, o look do dia. Ela continuou minha história com a festa e acrescentou o tempero dela. Tenho muito orgulho da minha filha. Desde adolescente ela foi mostrando talento e entusiasmo, tanto para moda como para o comércio", conta a lojista.
Regina Pagani e seu legado
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