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Publicado em 27 de dezembro de 2023 às 16:56
A citação a Vitória no livro "O Bebê de Rosemary" (1967), clássico de Ira Levin que ganhou às telas em filme de Roman Polanski (não sabemos qual dos dois é mais mestre), continua dando o que falar, mesmo passado mais de meio século da publicação.
Nessa terça (26), chegou a vez do ator, roteirista, comediante, cartunista e apresentador capixaba Daniel Furlan relembrar o episódio. Em tom de "protesto", mantendo seu peculiar bom humor, o artista postou um vídeo em suas redes sociais questionando o porquê da capital do Espírito Santo ser citada na publicação de Levin e ser omitida no filme de Polanski, uma das produções de terror mais consagradas da história, lançada em 1968 e que alçou Mia Farrow à condição de estrela hollywoodiana.
"Por que, senhor Polanski? Por quê?", questiona Furlan, brincando. "Por que Hollywood insiste em esconder Vitória, Espírito Santo? Vim denunciar mais uma evidência do processo de invisibilização que o Espírito Santo sofre na cultura mundial através dos anos", brada, sempre mantendo a posição bem-humorada.
Os internautas entraram na inteligente brincadeira de Furlan. Muitos tentaram (em vão, claro!) buscar explicações sobre os motivos que levaram a Ilha do Mel ter sido "esquecida no churrasco" pelo macabro roteiro do filme de Roman Polanski, escrito pelo próprio cineasta polonês. Abaixo, veja algumas das melhores respostas para essa dúvida cruel.
Daniel Furlan explica no vídeo, mas HZ também contextualiza em que parte da obra de Ira Levin Vitória é mencionada (nem precisava, né, pois bastava você ter lido essa publicação magnífica!).
Logo no início do afiado texto, Rosemary Woodhouse detalha seus novos vizinhos de prédio. Ao lado do marido, Guy, ela acabara de se mudar para Nova York.
Ao falar do "simpático" (vai nessa...) casal Minnie e Roman Castevet, a futura mamãe comenta que eles recebiam correspondências dos lugares "mais estranhos e remotos", como Hawick (Escócia), Langeac (França), Cessnock (Austrália) e Vitória (Brasil).
Gente, mamãe Rose - que tinha a terrível mania de bisbilhotar a correspondência alheia - acha Vix estranha e remota...
Mas vamos dar um desconto, pois o livro foi escrito na década de 1960 e suponhamos que o ES não era tão conhecido na época... Sem bairrismos e ressentimentos, please!
Continuando e tentando não dar spoiler, mas dando da mesma forma, o sinistro casal Castevet é um dos que supostamente comandam uma espécie de seita diabólica responsável por fazer com que a ingênua Rosemary se torne a mãe de Adrian, que, na verdade, é a semente de satanás.
No meio desse fuzuê todo, chegamos à pergunta que realmente importa: será que existia (ou existe?) em Vitória membros da tal seita satânica? Afinal, ninguém escreveria uma carta para os Castevet à toa!
Em tempo: no vídeo, Daniel Furlan detalha que a menção a Vitória encontra-se na página 27, brincando com a coincidência do número relacionado ao DDD do Espírito Santo. Fino, o artista está lendo uma versão em inglês da obra de Levin.
A citação da cidade no texto, obviamente, depende da edição de "O Bebê de Rosemary". No e-book da extensa biblioteca virtual de HZ, por exemplo, Vix é mencionada na página 23, fato um pouquinho menos macabro, concordam?
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