De Jucutuquara a moqueca capixaba, a cultura indígena está por todo lugar no ES

Para marcar o Dia dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (19), HZ preparou uma lista recheada de curiosidades capixabas que possuem origem indígena

Vitória
Publicado em 19/04/2024 às 10h07
Moqueca capixaba de peixe com acompanhamentos

A tradicional moqueca capixaba tem origem indígena. Crédito: Marcelo Moryan

Nesta sexta-feira (19), é celebrado o Dia dos Povos Indígenas. Uma data que, para além de preservar a cultura e respeitar a história dos povos originários, também é uma forma de lembrar que eles são formadores da identidade capixaba. E de fato, há elementos em todo lugar.

Basta dar uma volta na cidade de Vitória para encontrar diversos bairros e ruas batizados com nomes de origem indígena. Já na gastronomia, os nossos principais pratos também possuem ligação com essa cultura - a exemplo da moqueca e torta capixabas. E não para por aí.

Povos indígenas de Aracruz

Povos indígenas de Aracruz. Crédito: Jota Júnior

Com ajuda do historiador Marcus Vinicius Sant’Ana, HZ preparou uma lista com lugares, pratos, utensílios e outros elementos que estão inseridos no cotidiano do capixaba e que possuem origem indígena.

MÚSICA

A música capixaba se destaca desde seus ritmos únicos, como o congo, até um dos instrumentos de percussão mais famosos: a casaca. O historiador explica que esse instrumento também tem presença indígena. “Nos relatos que conhecemos, majoritariamente quem tocava a casaca eram os povos originários”, ressaltou Marcus.

A casaca é um instrumento utilizado pelas bandas de congo, como a Banda de Congo Mãe Petrolhina de Araçatiba, de Viana

A casaca é um instrumento utilizado pelas bandas de congo, como a Banda de Congo Mãe Petrolhina de Araçatiba, de Viana. Crédito: Secom Viana

GASTRONOMIA

Na gastronomia, os dois pratos capixabas (a moqueca e a torta), bem como o elemento principal, a panela de barro, possuem ligação com a cultura indígena. Segundo Marcus, há relatos de que os povos indígenas consumiam peixe e sururu em refeições parecidas com a da icônica receita do ES. Já a panela de barro também teria sido um utensílio de mesma origem confirmado por estudos arqueológicos.

Torta capixaba do restaurante Caranguejo do Assis

Torta capixaba tem ligação com os povos indígenas. Crédito: Bruno Coelho

GEOGRAFIA

Não é difícil se deparar com nomes de municípios, bairros e ruas com nomes de origem indígena. É que diversas localidades do Espírito Santo foram batizados com palavras dessa cultura, como: Jucutuquara, Maruípe, Tabuazeiro, Itapemirim, Guaçuí, Muqui, e muitos outros locais.

Praia de Itaipava, no município de Itapemirim

Praia de Itaipava, no município de Itapemirim. Crédito: Vitor Jubini

Aracruz, município que possui forte presença dos povos tupinikim e guarani, já foi chamado no passado de Sauaçu - que em tupi-guarani significa macaco grande. Além disso, poucos sabem que até mesmo a cidade de Vitória teve seu primeiro nome atrelado à cultura indígena. A capital já foi chamada de Guananira, sendo posteriormente rebatizada de Ilha do Mel, e por fim, de Vitória.

E não para por aí. Também é possível navegar pelos rios Piraquê-Açu, em Aracruz, e Cricaré, em São Mateus, e até mesmo andar pela rua Aimorés, em Vila Velha. No bem da verdade, a nossa geografia e a cultura indígena estão extremamente interligadas.

Cultura, tradição e amor: casamento entre jovens de povos indígenas diferentes em Aracruz

Cultura, tradição e amor: casamento entre jovens de povos indígenas diferentes em Aracruz. Crédito: Jota Júnior

PROGRAMA ESPECIAL NA TV GAZETA

E para continuar exaltando a cultura indígena no Espírito Santo, no dia 27 abril, a TV Gazeta exibe o programa especial: Somos Povos Indígenas. Comandado pela repórter Elis Carvalho, o projeto tem o objetivo de valorizar a nossa cultura, o nosso povo e as histórias que fazem o ‘capixabismo’.

“O Espírito Santo tem a cultura indígena presente na  gastronomia, tradições, na música, nos nomes dos municípios. O foco é contar a história dos povos indígenas através do olhar do próprio povo, desmistificando o olhar de estereótipos e preconceitos. Queremos mostrar que o indígena não é o “outro”, o “estrangeiro”. O indígena está em todos nós”, conta Elis.

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