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Publicado em 28 de setembro de 2022 às 17:46
O contato com a arte é fundamental para enriquecer os pensamentos e percepções do mundo. Através de um novo olhar, podemos enxergar outras vertentes de um determinado assunto ou situação. Por isso, adicionar museus e galerias de arte nos roteiros de passeios é uma boa opção, sejam eles perto ou longe de casa.
Em Vitória, é possível encontrar exposições com diferentes temáticas em vários espaços. Desde os locais tradicionais, como o Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo (Maes) até bares que proporcionam dias específicos para celebrar a arte, não faltam opções para se aventurar no meio artístico.
Uma dica para os capixabas é a exposição individual "Estado de Arte", da artista Samira Pavesi, que abre ao público nesta sexta (30), no novo Espaço Cultural da concessionária Vitoriawagen.
Com 24 obras que revelam a simbiose da artista (cada vez mais íntima com sua poética), a mostra transborda os anseios e desejos de uma conexão forte, que em momentos ela domina e em outros ela se deixa dominar para que a arte possa se revelar.
Segundo Samira, essa exposição apresenta um desejo pessoal: transitar e ocupar novos espaços. "Esse também é o papel da arte, que se encarrega de contar histórias de uma época. E expor dentro de uma concessionária de veículos torna todo esse meu processo ainda mais contemporâneo, livre e acessível, permitindo diferentes e variadas observações. Afinal, quem termina a obra de arte é quem vê, o espectador. Cada um com seu olhar, com o seu sentir. Um deslocamento ou 'realocamento' da arte para espaços inusitados e não convencionais", afirma.
Depois de expor seu trabalho em coletivas no Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo, em obras que transitavam por abstratos profundos e botânicos vibrantes, a mostra "Estado de Arte" traz grandes formatos encharcados de camadas que revelam o mergulho de ponta da artista na tela. A aparição de bússolas sugere a invenção de um novo tempo, arrastado pelos matizes criados na fricção do corpo com a superfície.
Outra exposição em cartaz é a "Diá Mosaicos", da artista mineira Diá. As peças estão sendo exibidas no Bar Calipe, em Jardim da Penha (Vitória), de terça a sexta, das 17h às 22h, e aos sábados e domingos, das 13h às 22h. A mostra, que segue no local até o dia 2 de outubro, traz telas de diversas temáticas, como iemanjá e animais.
Nascida em Belo Horizonte/MG, Diá se dedica ao mosaico desde 1995. Residindo em Vitória, já teve seus trabalhos divulgados em diversas capitais brasileiras, com destaque para exposições e cursos realizados em Rio de Janeiro, Bahia, Pará e Espírito Santo.
Sua arte pode ser confeccionada em paredes, pisos e piscinas, além de peças decorativas como bandejas, painéis e mandalas, entre outros. Dentre as premiações em destaque, está "Vilarejo Feliz", confeccionada em Niterói, Rio de Janeiro, em 2008. Diá também ganhou a Medalha de Prata na Associação Fluminense de Belas Artes.
Recentemente, a artista recebeu a premiação Medalha Leonardo da Vinci - ANBA pelos trabalhos realizados. "'Vilarejo Feliz' é uma obra que retrata a forma simples, inocente e harmoniosa de um lugar almejado por ela", diz a artista.
O Museu de Arte do Espírito Santo Dionísio del Santo (Maes) apresenta a mostra "Sete Caminhos: do Maes ao Quintal Bantu", dos artistas Rafael Segatto, Renan Bono e Welington Santos, com início marcado para 8 de outubro.
A proposta da exposição é reconectar o Centro de Vitória ao legado cultural dos bantu, povos originários da África Central que aportaram no Espírito Santo ao final do século XVI por conta da escravidão, mas cuja herançacultural sofrereu violento processo de apagamento histórico.
A mostra se assenta sobre dois eixos: oito instalações, entre sonoras e multissensoriais, no espaço expositivo do Maes, e um mapa interativo que extrapola o tradicional museu e, por sete caminhos, o conecta ao Quintal Bantu, local simbólico para a cultura Afro-Bantu localizado no Morro da Fonte Grande, em Vitória.
Para Rafael Segatto, a exposição propõe um exercício de consciência ao estabelecer um jogo entre o pequeno calunga (cemitério) - símbolo do fardo de morte que o Brasil, historicamente, lega a corpos "racializados" - e o grande calunga, o retorno ao mundo dos vivos, lugar de dignidade, humanidade e liberdade.
A ideia da mostra também mobiliza os sentidos da visão, audição, tato e olfato dos visitantes em ambientes distintos, ainda que integrados. A exposição tem enfoque em sonoridades a partir do congo, apresentando elementos sagrados às culturas Bantu, como a aroeira, planta de limpeza e proteção, e o calcário, existente no fundo dos mares e essencial para a conexão entre os mundos, representados pelas conchas de sururu, ossos de animais marinhos e giz de pemba.
O outro eixo da exposição é um mapa interativo contendo relatos e textos escamoteados pela história oficial. Esse mapa será materializado em sete caminhos que ligam o Maes ao Quintal Bantu - Rua Sete de Setembro, Rua Graciano Neves, Ladeira São Bento, Rua Coronel Alziro Viana, Rua Nestor Lima, Rua Medardo Cavalini e a escadaria da Fonte Grande - e disponibilizado via QR code no museu, com sinalização instalada nesses logradouros e no Quintal Bantu.
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