Xuxa e Maradona são apelidos de moradores de Alegre, no Sul do Estado. Crédito: Reprodução/Montagem
Xuxa, Maradona, Big Loira, Rosa Branca e até Sorriso. É assim, por meio de apelidos ‘curiosos’, que muitos moradores de Alegre, no Sul do Espírito Santo, se conhecem. O hábito da pequena cidade virou tradição e recentemente ganhou até placa no centro, para homenagear os personagens ilustres do município.
Pelas ruas da pequena cidade, que não chega aos 30 mil habitantes, um hábito comum é encontrar as pessoas pelos ‘apelidos’ no lugar dos nomes oficiais. “Meu nome é Fabrício Charles Sousa, mais conhecido como Sorriso”, brinca o morador esbanjando alegria.
Por lá, também encontramos Mamão, Mamãozinho, Cebola, Japonês e José Maria Cipriano, mais conhecido como Big Loira. Os moradores contam que alguns apelidos foram dados na infância, como foi o caso do superintendente da Defesa Civil, que carrega o apelido no uniforme ‘Japonês Lemos’.
“Costumo falar que Japonês é meu nome e o apelido é Carlos. Cidade pequena não tem jeito, todo mundo me conhece por Japonês”, brinca Carlos.
O hábito de apelidar as pessoas cresceu tanto na cidade que virou uma crônica do escritor e coronel da Polícia Militar, Júlio Cesar Costa. Durante 10 anos, ele listou mais 400 apelidos e no fim do ano passado doou essa placa que fica Praça 6 Janeiro, no centro.
Placa homenageia moradores apelidados da cidade. Crédito: Luiz Gonçalves
“Em alguns casos, a agente não sabe o nome das pessoas, conhece pelo apelido. No interior tem muito isso e acaba carinhosamente se chamando pelo apelido. Vira uma marca do município” disse Mosca, ou melhor, Emerson Gomes Alves, secretário de Cultura de Alegre.
Garrincha é um desses casos. O apelido do craque do futebol foi dado ao Jorge Luiz Barbosa ainda criança na esperança de seus familiares dele ser um grande jogador. “O meu avô era botafoguense doente, e achou que eu ia jogar bola igualzinho à Garrincha, mas só que eu sou flamenguista, não sou botafoguense. A vida toda desde criança que a cidade toda me chama de Garrincha. Se alguém perguntar quem é Jorge Luiz Barbosa, ninguém sabe”, disse o aposentado.
Entre as lendas vivas de Alegre, um apelido foi o mais citado: Rosa Branca. Ele conta que ganhou esse codinome depois de trabalhar na casa de um turco e cultivar a flor. Rosa Branca já foi mordomo, garçom e jogador de futebol. Lembra que jogou até contra o Zico em 1970.
Para ele, esse apelido vai ficar marcado na história da cidade. “Meu nome é Jose Paulo Rosa de Aguiar, o vulgo Rosa Branca. Fica essa homenagem para o resto da vida. O dia que eu não estiver nessa área, todo mundo vai saber que o Rosa Branca existiu”, disse o aposentado.
Com informações da repórter da TV Gazeta Sul, Alice Sousa
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