Budah agita o palco do BKDP Festival. Crédito: Levi Mori
Brendha Rangel, a Budah, está em ótima fase. No final de setembro, a rapper capixaba agitou os palcos do Festival Planeta Brasil, na Esplanada do Mineirão (MG), por conta da participação no projeto "Poesia Acústica", e do BKDP, no estádio Kléber Andrade, em Cariacica. Antes, em agosto, ela foi vencedora de dois troféus no Primeiro Prêmio da Música Capixaba: Destaques - Linguagens Urbanas e Melhor Música, por “Velha Brincadeira”. E para a rapper, isso é só o começo.
Em conversa com HZ, a artista contou que está com gás para buscar novos horizontes. Em cinco anos, pretende estar estabilizada e rodando o mundo: “Levando minha música para outros lugares, sendo reconhecida pelo meu trabalho e tendo uma carreira que de alguma forma construiu história”.
Para isso, Budah vai continuar se profissionalizando cada vez mais: “Fazendo o que eu sei de melhor. Eu gosto de tudo que eu faço e é sempre de coração”.
Nos planos, o lançamento de seu primeiro álbum, mas ainda sem previsão. Ideias nao faltam, assim como a vontade experimentar outros estilos musicais para além da versatilidade que o R&B a permite: “Nasci em um lar sambista e é o que eu mais escuto. Mais futuramente quero fazer algo mais puxado pro pagode”.
QUEM É BUDAH?
Aos 25 anos, a cantora, que começou a carreira em 2017, acumula mais de 2 milhões de streams mensais do Spotify e tem feito parcerias com nomes de destaque no rap nacional, como Djonga. Em suas canções, Budah aborda temas como amor e sexualidade, e também questões críticas da sociedade, como emancipação racial e feminismo.
O single que impulsionou a rapper foi “Licor”, de 2019, cujo clipe possui hoje 1,3 milhões de visualizações no YouTube. Ela também participa do projeto Poesia Acústica. O clipe de “Pra Sempre”, da 12ª edição do projeto, que tem participação de Budah, já alcançou 69 milhões de views na plataforma. Além da capixaba, participam desse single os músicos Filipe Ret, Caio Luccas, Bin, Borges, Marina Sena, Teto e Luiz Lins.
Budah afirma que não imaginava que seu crescimento seria tão rápido, mas sempre trabalhou para chegar orgulhosa onde está. “Entendo que, como eu sou do Espírito Santo, as coisas seriam mais difíceis por estar fora do eixo, mas eu quis tanto e trabalhei tanto que acredito que isso aconteceu naturalmente”, reflete.
Acho que ser independente é a coisa mais difícil para um artista que sonha alto, mas sempre tive amigos talentosos e incríveis que somaram junto comigo pra que eu pudesse estar onde eu estou.
Segundo a cantora, as parcerias que fez até o momento promoveram muita experiência sobre a indústria musical e aprendizados importantes, como ser mais profissional, usar a internet a seu favor e não se cobrar tanto. “Sou muito perfeccionista e quando tinha esses momentos perto dessas pessoas eles sempre me tranquilizavam e diziam que tava tudo bem eu não conseguir fazer na hora ou que não precisava ser perfeita. Isso me ajudou muito, porque eu me cobro bastante na hora de compor ou gravar. Hoje sou mais tranquila quanto a isso, entendo os meus momentos”, reflete a artista.
Budah agita o palco do BKDP Festival
O BKDP Festival, que aconteceu nos dias 24 e 25 de setembro, em Cariacica, foi promovido pelo movimento cultural Bekoo das Pretas, que existe no Espírito Santo desde 2016 e pertence ao Instituto das Pretas. A line-up do festival foi composta inteiramente por artistas negros, sendo 80% mulheres. Para Budah, essa iniciativa foi de extrema importância. Segundo ela, festivais são relevantes para impulsionar artistas e movimentar a cena.
Eu queria ter começado a minha carreira cantando em festivais, ia ser incrível! É uma oportunidade única de mostrar o seu trabalho com mais seriedade para um público diferente, mas que também pode te descobrir, gostar e passar a acompanhar o trabalho do artista.
*João Vitor Castro é aluno do 25º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta. Esta matéria teve orientação do editor de HZ, Erik Oakes
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