Dia Internacional do DJ: o que mudou na vida deles com a pandemia?

Carola, Dre Guazzelli e Pirate Snake falam sobre as mudanças que a profissão tem enfrentado durante a pandemia e a retomada dos eventos

O DJ Dre Guazzelli

O DJ Dre Guazzelli diz que há um fervor do reencontro com o público neste momento de flexibilização das regras para grandes eventos. Crédito: Instagram/@dreguazzelli

Hoje é celebrado mundialmente o Dia do DJ, profissão responsável por comandar multidões em diferentes gêneros musicais e também uma das mais afetadas por conta do período pandêmico. Neste dia 9 de março, conversamos com Carola, Dre Guazzelli e Pirate Snake, artistas de música eletrônica, sobre as mudanças que a profissão tem enfrentado durante a pandemia e a retomada dos eventos, antes paralisados devido ao momento incerto que vive o globo.

Com relação a 2022, os três DJs e produtores musicais tiveram um aumento de datas na agenda de shows e concordam que o retorno das pistas de dança tem sido eufórico, pois o público está animado para comemorar determinadas ações que antes eram comuns, como ir a um evento e reencontrar pessoas, mas que agora ganham um novo significado.

Guazzelli explica que poder ver essa conexão ao vivo e a cores tem aquecido seu coração, porque durante 2020 e 2021 isso só podia ser feito através de uma tela. Carola ainda ressalta que as pessoas estão com o objetivo de aproveitar cada momento como se fosse único. E Raul Mendes, nome por trás de Pirate Snake, considera que é possível sentir a energia de cada pessoa em todos os locais do país por onde passa.

Essa transformação no comportamento do público tem refletido até no tipo de sonoridade que querem escutar: algo mais energético. Segundo os DJs, há um fervor do reencontro, que une todos que estavam com saudades das festas e, inclusive, tem agregado novas pessoas aos eventos, deixando as pistas maiores e mais alegres. “Vejo também um grande agradecimento no rosto das pessoas ao se encontrarem depois de dois anos e curtirem o que só uma pista pode oferecer… porque, claro, ela é essencial para quem curte música eletrônica”, comenta Dre Guazzelli.

Carola explica que antes da pandemia ela era uma artista de alcance local numa carreira de 8 anos, mas começou a ganhar destaque nacional (e internacional) durante o período de “quarentena”. Por isso, ela acredita que as pessoas estão cada vez mais conectadas com os artistas e sentem a necessidade de estarem presencialmente nos shows para essa troca. Vale dizer que a DJ gaúcha é uma das brasileiras confirmadas no Tomorrowland Bélgica, um dos maiores festivais de música eletrônica do mundo, que ocorre em julho deste ano, além de ter sido a primeira mulher a lançar uma música na STMPD RCRDS, gravadora do lendário Martin Garrix, eleito por três vezes o melhor DJ do mundo.

Pirate Snake, por sua vez, viveu 18 anos de carreira no projeto Raul Mendes, seu nome real, mas foi incorporando o pirata que acabou experimentando diversos momentos marcantes nesses 3 anos, muitos deles durante a pandemia e sem shows. “(...) nesse período cheguei ao meu ponto mais alto da carreira. Quem diria, em 21 anos de estrada e em um momento completamente adverso e conturbado eu consegui me reinventar e começar a ser mais notado”, comenta sobre sua jornada em que coleciona lançamentos em gravadoras de relevância mundial, como Spinnin’ Records, Toolroom, Smash the House e mais. “Minha agenda de shows aumentou consideravelmente, bem como o nível dos eventos também. Agora estará cada vez mais seguro fazer eventos maiores e mais elaborados. Menos restrição, mais segurança e público sedento”, completa.

Dre Guazzelli, que além de DJ e produtor musical também é produtor de eventos, é o organizador da label party Sábado Dre Tarde, famosa por embalar fins de tardes na capital paulistana. Ele conta que criar a festa era seu sonho e que tem colhido grandes recompensas a cada realização. “A primeira edição pós-pandemia foi maravilhosa, bem como tem sido as outras nos últimos meses. Tem um lance de celebração, alívio e agradecimento. Muitas pessoas se conheceram nas minhas festas, fizeram amigos, até mesmo casais se formaram. Dias atrás toquei no casamento de um casal de fãs que se conheceu no Dre Tarde. Por conta da pandemia, o casamento foi adiado, mas tivemos a oportunidade de celebrá-lo agora e foi marcante!”, revela.

Carola também tem uma história sobre um casal de fãs: “Eles me contaram que uma das minhas faixas é a música deles, ou seja, da relação deles. Fico feliz por fazer parte da vida das pessoas em coisas tão importantes e significativas, e essa profissão me proporciona isso.”

Nem só de fervo na pista vive o DJ. Ele é responsável por reproduzir a trilha sonora perfeita para momentos importantes na vida das pessoas. Essa característica especial da música - e de quem mais tem conhecimento sobre ela (o DJ) - não é diferente antes e depois de cenários pandêmicos… ela é constante… e unânime.

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