Cousa cria financiamento coletivo para conseguir fundos e garantir sua participação na Flip 2023. Crédito: Nat Nobre
Referência nacional entre editoras independentes, a Cousa está se preparando para participar pela terceira vez da Festa Literária de Paraty (Flip), maior evento do ramo no país que acontece no Rio de Janeiro entre os dias 22 e 26 de novembro.
A companhia capixaba está se juntando a um grupo de seis editoras independentes de outros estados a fim de promover um crowdfunding (espécie de vaquinha virtual) visando garantir recursos para ocupar uma casa cultural na cidade turística, que está sendo chamada (pelo sugestivo nome) de Casa Pagã.
A campanha é realizada por meio do site Benfeitoria, permitindo doações a partir de R$ 20. Com valores variados, apoiadores podem ganhar livros, e-books, ecobags ou participar de oficinas e aulões realizados online ou presencialmente durante a Flip. São vários tipos de premiações, podendo render até uma (luxuosa) visita VIP ao local na época do festival.
Até o fechamento da matéria, a iniciativa tinha conseguido levantar R$ 4.640, dos R$ 30 mil pretendidos. A vaquinha acaba em 43 dias. Tem até um video rolando para incentivar a galera a participar, dê uma espiada e contribua, claro!
Segundo dados repassados pela Cousa, os R$ 30 mil seriam suficientes para suprir 70% do investimento das editoras para o aluguel da casa, no Centro Histórico de Paraty, mobiliário e despesas com limpeza, segurança e funcionamento do espaço, além do cachê para os oficineiros.
Como parte da campanha de financiamento coletivo, a Cousa promoverá no Centro de Vitória a Festa Pagã, que será realizada em 1º de novembro, no Centro Cultural Triplex. A programação ainda será divulgada, mas a aquisição de ingressos, que também contribui para a campanha, pode ser adquirida no site Benfeitoria.
METAS
Atingido esse primeiro valor (de R$ 30 mil), o grupo de editoras partirá para a segunda meta, alcançar R$ 43 mil, que equivaleria a praticamente a totalidade do investimento necessário para viabilizar a iniciativa.
As editoras que estarão na Casa Pagã, e promovem a arrecadação, são: Claraboia (São Paulo/SP); Cousa (Vitória/ ES); Fábrica de Cânones (São Paulo/SP); Lote 42 (São Paulo/ SP); Mireveja (Bauru/SP); e Reformatório (São Paulo/SP).
Na Flip, a Casa Pagã renderá homenagem a Zé Celso Martinez, dramaturgo e diretor de teatro falecido em julho. Além disso, fazem parte da futura programação bate-papos, debates, oficinas, lançamentos e venda de livros com participação de escritores convidados de cada editora. O local contará ainda com um café-bar com drinks especiais.
Saulo Ribeiro destaca que várias parcerias da Cousa nasceram de participação na feira de Paraty. Crédito: Divulgação
"A Flip é importante porque reúne gente do Brasil inteiro em torno do livro e da literatura. É uma oportunidade de mostrar o trabalho da editora para muita gente de vários estados e também para veículos de comunicação", diz Saulo Ribeiro, escritor e fundador da Cousa.
"É uma forma de somar esforços e, ao mesmo tempo, criar esses fóruns para a gente entender as melhores estratégias para sobreviver num mundo que é tão cruel e tão pesado para quem faz livro neste país, ainda mais para as editoras independentes", diz Saulo.
PARTICIPAÇÃO
Não é a primeira vez que a Cousa participa do evento literário em Paraty. Em outras edições, a companhia capixaba participou em iniciativas parecidas, sempre junto a editoras independentes do Brasil. Em 2018, compôs a Casa do Desejo e, em 2019, fez parte da Cadeira Literária, instalada num imóvel que já foi o presídio da cidade.
"Nos anos anteriores, a gente sempre trouxe formas de interagir que reverberaram para a gente durante o ano todo e seguem repercutindo até hoje", aponta Saulo, explicando que a editora tem parceiros atuais resultantes de suas idas a Flip.
"O retorno de público é maravilhoso. Inclusive muita gente fica surpreso de uma editora como a Cousa ser do Espírito Santo. Inicialmente acham que somos de São Paulo ou do Rio de Janeiro", relata o escritor, já que muitos associam a produção aos grandes centros.
Curiosamente, ele diz ser comum que capixabas conheçam a editora participando do evento em Paraty. "As pessoas estão olhando, comprando livros e, de repente, descobrem que a gente é capixaba e dizem: 'Nossa, também sou de lá, moro lá, mas não sabia de vocês'. Isso demonstra a força da Flip para chegarmos ao público local, mesmo estando em outro estado", conta Ribeiro.
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