Elisa Lucinda no espetaculo. Crédito: Divulgação
Depois de fazer parte da vida dos brasileiros com a personagem Marlene, na novela “Vai na Fé”, da TV Globo, Elisa Lucinda vira sua rotina de cabeça para baixo e volta a ocupar um de seus lugares preferidos: o teatro. Com o espetáculo “Parem de Falar Mal da Rotina”, a atriz chega ao Teatro da Ufes, em Vitória, nesta sexta (25) e sábado (26), às 20h, e domingo (27), às 17h. Os ingressos estão a venda no site da Le Billet e variam de R$ 25 a R$ 60, a depender do setor.
Sozinha em cena, a cariaciquense busca mostrar ao público que cada dia - mesmo dentro da rotina - é uma nova oportunidade de fazer diferente. “A vida é realmente inédita. A vida não se repete, é matemático. Se fosse, não ficaríamos tão loucos querendo voltar ao passado”, contou ao HZ.
Entre versos e conversas despojadas, Elisa Lucinda continua arrancando risadas e lágrimas sinceras com uma montagem que já faz sucesso nos palcos há 21 anos. O segredo para continuar tirando boas lições da rotina, segundo a poeta e jornalista, é que cada dia é um novo dia.
A gente é autor da própria rotina. Nós somos roteiristas dela. Por isso que dá para passar 21 anos estreando na própria rotina. A peça só sobreviveu até hoje porque ela nunca é a mesma. Assim como as rotinas jamais se repetem.
Prova de que algo novo sempre surge todos os dias é que, além de conduzir o monólogo “Parem de Falar Mal da Rotina", Elisa Lucinda organiza seu tempo para dirigir as peças de outros atores e se preparar para papéis nos cinemas. Ainda sobra tempo para ser a homenageada nacional da 30ª edição do Festival de Cinema de Vitória, previsto para ser realizado entre os dias 18 e 23 de setembro.
Para saber o que Elisa Lucinda faz para não reclamar de uma rotina sempre tão agitada, HZ enviou algumas perguntas à artista. Nas respostas, a capixaba ainda contou suas expectativas para a peça e quais os próximos passos da carreira.. Confira na íntegra:
Elisa Lucinda, seja muito bem-vinda em casa! Conta para a gente, qual a expectativa para as três apresentações em terras capixabas neste final de semana?
Além de chegar em casa, fazer meu trabalho na minha casa, casa que me gerou, é, principalmente, me apresentar para o público que não me conhece ainda ao vivo. Tem um público em Vitória que, mesmo seguidor, ainda não me viu ao vivo. E talvez eu esteja em um momento em que haja um certo consenso de que eu sou uma capixaba de projeção nacional. Eu tenho impressão que essa "ficha capixaba" agora está mais consistente. E que bom! Era meu sonho! Eu, quando saí daqui, sonhei um dia em ser um orgulho capixaba.
Já são 21 anos de sucesso do monólogo “Parem de Falar Mal da Rotina”. O que mudou na sua rotina em todo esse tempo? Como era antes e como é agora?
A minha rotina... Às vezes eu reclamo dela, mas eu sou culpada! Eu reclamo porque ela é de muito trabalho e eu poderia ter mais espaços entre uma coisa e outra, menos compilação de tarefas, mais descansos entre elas. É um sonho meu, um esforço diário de fazer esses respiros porque eu sou hiperativa. De qualquer maneira, reforça a chave mais importante da peça que é a informação de que a gente é autor da própria rotina. Nós somos roteiristas dela. Por isso que dá para passar 21 anos estreando na própria rotina. A peça só sobreviveu até hoje porque ela nunca é a mesma. Assim como as rotinas jamais se repetem.
Nestes anos “em cartaz” com a peça, você acabou intercalando seu tempo entre outros trabalhos. Há previsão de algo novo para o teatro?
Estou ensaiando “Quem me leva para passear", uma peça com minha amiga Márcia Duvalle e minha outra amiga Giovana Pires na direção. É uma adaptação dos meus romances mais recentes, de 2021, um dos dez finalistas do Prêmio Jabuti de 2022. Tem o prefácio da chefe de cozinha Paola Carosella e quarta capa de Lázaro Ramos. Estou muito animada com essa montagem. Antes dela, quero trazer para Vitória a peça “Cuidado Com Ela”. (…) Também estou dirigindo Francisco Salgado, o Horácio, namorado da Marlene em “Vai na Fé". Chama-se “A Confissão”, o texto é nosso. É sobre um homem que confessa toda sua masculinidade tóxica mas que acha que não tem nada demais. Dá alguns exemplos como se estivesse tudo bem. E tem outro com o Samuel Assis, o Ben de ”Vai na Fé”, feito em cima de um livro meu inédito, chamado “Encontro com a Invenção”. Os dois são monólogos.
Elisa Lucinda durante espetáculo “Parem de Falar Mal da Rotina”. Crédito: Divulgação
Consegue nos dizer qual o principal impacto da peça na vida das pessoas? Como elas saem do teatro?
Saem querendo reinaugurar a própria vida. Quando elas percebem que a lua cheia faz sucesso todo mês, que o sol nasce todo dia, que os dias se desdobram em tarde, noite e madrugada e nada se repete, elas também percebem que são estreias em suas existências, que também podem ter uma pegada mais inédita com a vida, já que a vida é realmente inédita. A vida não se repete, é matemático. Se fosse, não ficaríamos tão loucos querendo voltar ao passado.
Quais escolhas pessoais fazem o seu dia ser mais leve?
Andar de bicicleta, namorar, ouvir música, aprender música nova, contar piada, encontrar com meus amigos, falar besteira, rir, fazer e declarar poemas.
SERVIÇO
- PEÇA “PAREM DE FALAR MAL DA ROTINA”
- QUANDO: sexta (25) e sábado (26), às 20h, e domingo (27), às 17h
- ONDE: Teatro da Ufes - Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, Vitória.
- INGRESSOS: Setor A e B - R$ 60 (inteira) | R$ 30 (meia entrada) | Mezanino: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia entrada). Pontos de vendas: no site Le Billet e na bilheteria do Teatro Universitário, de terça a sexta-feira, das 14h às 19h
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