Repórter / aline.almeida@redegazeta.com.br
Publicado em 24 de abril de 2025 às 12:00
No próximo sábado (26), às 17h, o espaço cultural Casa Verde, no Centro de Vitória, recebe um encontro inusitado e encantador: o show “Oníricas ao Mar”, da dupla Laya e Malu Maria, que chegam à capital capixaba de barco, em uma travessia artística que celebra o mar como símbolo, cenário e inspiração.
Vindas de uma turnê de três meses por Portugal e Espanha, as artistas voltaram ao Brasil e decidiram seguir as apresentações pela costa brasileira, navegando. A bordo do veleiro Santosha, ao lado de um grupo de artistas, as duas percorrem o litoral desde Ilhabela (SP), passando por Ilha Grande, Rio de Janeiro, Cabo Frio e Búzios, até atracar em Vitória, antes de seguirem rumo à Bahia.
“Desde o começo entendemos essa jornada como um sonho. E é preciso coragem para ir em direção ao próprio sonho”, diz Malu Maria. “Temos o mar como um denominador comum além da música. Laya é de Fortaleza, eu cresci em Ilhabela. Estamos nessa segunda jornada da nossa turnê, guiadas pelo canto das sereias, o som dos golfinhos, o grito das gaivotas e o sopro do vento.”
A apresentação em Vitória marca a primeira vez da dupla no Espírito Santo, e a expectativa é alta. O show promete ser uma experiência intimista, onde as músicas autorais de cada artista se misturam em um repertório coletivo, com espaço para improvisos e sinergia com o público. “Acreditamos que o vínculo com quem está assistindo muda completamente a performance. A música não é um produto fechado”, explicam.
Com sonoridades que transitam entre o indie pop e o experimental, a dupla busca fugir de rótulos fáceis. As inspirações vêm de todos os cantos: do mar, de filmes, do amor, da crise, do excesso de informação e até do vazio. Em pergunta sobre o estilo musical, Malu respondeu em tom de brincadeira:
O espetáculo contará ainda com a participação especial do artista Caco Pontes, que integra a trupe marítima e mescla poesia sonora, encenação e música em suas apresentações. A abertura da noite será feita pelo cantor capixaba Fabriccio, que apresenta seu novo disco “Vitória”, em formato voz e violão com saxofone, refletindo sua relação afetiva com a cidade.
A noite também marca um momento simbólico para a cena cultural de Vitória: a reabertura da Casa Verde, importante ponto de encontro da música independente entre 2015 e 2018, agora em processo de revitalização. Localizada no Centro Histórico de Vitória, em um imóvel tombado como patrimônio material datado do século XIX.
A Casa Verde foi palco de mais de 100 shows de bandas autorais de todo o Brasil e do exterior, promovendo um verdadeiro intercâmbio musical e cultural. Nos últimos anos, a casa passou por uma restauração completa em sua fachada e estrutura. Agora, o desafio é adaptar o espaço para receber o público novamente, garantindo conforto e segurança.
Para isso, foi feita uma campanha de financiamento coletivo com o objetivo de arrecadar recursos para reformas essenciais, como a construção de dois banheiros, além de outras melhorias pontuais.
“A revitalização da Casa Verde é um passo fundamental para manter vivo este importante ponto de encontro da música independente e da cultura alternativa em Vitória. Com o apoio do público, poderemos seguir fortalecendo a cena autoral e garantindo um espaço plural para artistas e público”, explica Heitor Righetti, um dos idealizadores do espaço.
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