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Publicado em 31 de julho de 2024 às 08:00
O Teatro da Ufes será palco da estreia de "Armazém Viktória", espetáculo dirigido por Marcelo Ferreira. A curta temporada ocorre nos dias 03 e 04 de agosto, com ingressos já disponíveis para venda. A produção é uma parceria entre a Cia Teatro Urgente e o Coletivo Marcas D’água, do Rio de Janeiro, e conta com a participação de Marcela Cavallini, Ara Nogueira, artistas da companhia e convidados especiais.
"Armazém Viktória" é uma performance imersiva que mescla dança, teatro e videomapping, transportando o público para um depósito de refugiados, excluídos e minorias, em um ambiente que remete a um campo de concentração de um holocausto brasileiro. Inspirado pela história do Armazém Viktoria em Berlim, onde nazistas armazenavam obras de arte consideradas degeneradas, o espetáculo faz um ensaio sobre a crueldade e a indiferença da sociedade.
“A ideia para o espetáculo surgiu durante a pesquisa para ‘O Império da Burrice’ (2023), quando foi descoberto um artigo sobre arte degenerada no site da Deutsche Welle. Este insight, combinado com o documentário ‘Holocausto Brasileiro’, que explora a história do Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais, resultou na criação de Armazém Viktória”, contou o diretor Marcelo Ferreira.
O Hospital Colônia de Barbacena foi um verdadeiro campo de concentração onde mais de 60 mil pessoas morreram, internadas compulsoriamente como loucas, pervertidas e marginalizadas pela cor, sexualidade, comportamento ou posições políticas.
A crueldade, tema central do espetáculo, é explorada por uma narrativa que busca refletir sobre a indiferença e o prazer diante do sofrimento alheio. Inspirado pelas ideias do filósofo alemão Kant e pelo teatro da crueldade de Antonin Artaud, o espetáculo desafia o público a confrontar a brutalidade e a exploração humana.
“A performance imersiva de ‘Armazém Viktória’ é um híbrido de diversas expressões artísticas, oferecendo uma experiência sensorial completa. O cenário serve como metáfora para a exploração e carnificina causadas pelas guerras, violência urbana, fome e miséria gerada pelo capitalismo. É uma criação coletiva que busca sensibilizar e provocar o público”, completa o diretor.
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