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Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 18:06
O espetáculo de dança "Besta-Fera", do grupo Cena Coletiva, reúne mulheres que, vindas de mitologias diversas ou da literatura, negam o que a tradição ocidental convencionou como feminino: delicadeza, abnegação, instinto materno ou de cuidado, passividade, subserviência. Com estreia marcada para sexta (23), em Domingos Martins, e apresentações em Vitória, sábado (24), e na Serra, dia 9 de março, a montagem terá temporada com entrada franca.
Por meio dos corpos das três intérpretes em cena - Gabriela Camargo, Patricia Galleto e Carmem Marques -, o espetáculo costura características de 13 personagens conhecidas e que, de alguma forma, desafiam aquilo tido como feminino, a exemplo de Medeia, Luzia Homem, Circe e Valquírias. A montagem, dirigida por Carla van den Bergen e Fernando Marques, não visa narrar literalmente suas histórias.
"Nossa obra não pretende contar as histórias dessas mulheres mitológicas ou literárias, mas destacar características de suas histórias e personalidades que as tornam descabidas na sociedade. O que causa estranhamento, temor, horror, o que as torna monstruosas é o que nos guia nesse trabalho", pontua Carla.
Para Fernando Marques, a estruturação da dramaturgia a partir dos espaços físicos foi uma tentativa de organizar um extenso material de pesquisa, "Foi um trabalho de selecionar o que usaríamos para a criação e de tentar reconhecer padrões ou traços comuns entre as personagens. No fim das contas, o que acabou ficando, como uma espécie de roteiro, foi esse levantamento dos espaços físicos onde essas mulheres se encontram ou poderiam se encontrar, porque há alguma liberdade criativa nisso também", explica.
Visando compartilhar o processo de criação do espetáculo "Besta-Fera", o grupo promove uma oficina em 2 de março, às 9h, na Cena Escola de Dança, em Domingos Martins. São 20 vagas voltadas prioritariamente para mulheres e, caso não haja inscritas o suficiente, as vagas remanescentes serão destinadas a outros gêneros.
A oficina oferece aos participantes trechos do material levantado na pesquisa para o espetáculo – sobre as personagens-base –, como ponto de partida para criações cênicas e coreográficas que serão trabalhadas pelas oficineiras em conjunto com as alunas, reproduzindo, de forma condensada, o processo de montagem.
A oficina destina-se a estudantes e profissionais de artes cênicas e áreas afins, além de interessadas em geral. As inscrições podem ser feitas gratuitamente no formulário disponível na internet.
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