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Publicado em 21 de outubro de 2022 às 13:28
Usar a arte, especialmente a dança e a expressão corporal, como plataforma para vencer o medo da morte. Assim podemos encarar o espetáculo "Vírgula", em que a bailarina Sandra Motta, com leveza e bom humor, detalha o desafio que enfrentou após o diagnóstico de câncer de mama, em 2017. A montagem também mostra como a artista venceu a enfermidade, no ano seguinte, após passar por uma mastectomia (retirada total do seio), uma das formas de tratar a doença.
"Vírgula" terá apresentações abertas ao público em Itaguaçu, Nova Venécia e Castelo, além de performances em escolas públicas de Vila Velha, Serra e João Neiva, exclusivas para alunos, professores e equipes escolares. O primeiro espetáculo acontece neste sábado (22), às 19h, no Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu, com entrada franca.
A peça tem duração de 40 minutos e personifica as experiências pelas quais a bailarina passou, desde as etapas de descoberta à cura do câncer de mama (doença que já foi considerada sentença de morte em outros tempos), apontando de forma criativa situações que são muito difíceis para qualquer mulher que vivencia esse problema.
Sandra Motta confessa que a experiência lhe proporcionou uma pausa inesperada, o que ajudou a perceber a essência da vida, quase como em formato de redescoberta.
"Falar no palco sobre a experiência com o câncer foi um grande desafio como artista, pois sou muito mais bailarina do que atriz. A doença ainda tem muitos tabus, que não cabem mais atualmente", acredita.
"Sinto que muitas mulheres sofrem mais por questões estéticas (como se ter cabelo e seio fossem critérios para se sentirem mulheres de verdade) do que pela doença, que pode levar à morte. Assim, muitas se fecham, se isolam e se deprimem, tornando a experiência muito mais dolorosa", aponta.
"A doença em si já tem seus desafios. Trazer a questão do ser feminino, recheada de melindres e preconceitos, só torna este tempo uma experiência muito mais dolorosa. Eu prefiro a leveza", complementa.
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