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Publicado em 10 de agosto de 2022 às 14:29
A história de um amor proibido entre uma madrasta e seu enteado. Esse é o tema do espetáculo “FEDRA”, que estreia em Vitória, nesta quinta (11) e sexta-feira (12), às 19h30, no teatro do Sesc-Glória, no Centro da capital. A peça, inspirada nas obras de Eurípedes e Racine, ainda passará pela Casa da Música Sônia Cabral nos dias 20, 27 e 28 de agosto.
Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$10 (meia), no Sesc Glória, e estão sendo vendidos através da bilheteria do teatro e também pelo site (clique aqui). Já no Sônia Cabral, os preços variam entre R$ 24 (inteira) e R$ 12 (meia), sendo no dia 28, entrada gratuita mediante retirada de ingressos a partir das 14h.
O espetáculo "FEDRA" conta a história de amor entre uma madrasta (Fedra) e seu enteado (Hipólito), após a suposta morte de Teseu, marido de Fedra. O drama traz todas as consequências trágicas desse romance, abordando questões atemporais, tais como o amor, a solidão, o ciúmes e a morte.
Após tomar conhecimento da morte de Teseu, conhecido político e empresário, Fedra, sua segunda esposa, decide revelar seu amor proibido e secreto a Hipólito, seu jovem enteado, cuja namorada é Arícia. Porém, trata-se de um mal-entendido. Na verdade, Teseu não morreu. Ele sobreviveu ao acidente aéreo e, ao voltar para casa, surpreende-se com o que vê: a relação amorosa entre sua esposa e seu filho. É quando o ciúmes e o sentimento de traição desencadeiam toda a tragédia.
A peça é uma homenagem póstuma à bailarina e coreógrafa capixaba Maria Lúcia Calmon, que faleceu em 2010 em virtude de uma grave doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Nascida em 1954, Maria foi uma artista de relevância no Estado, desenvolvendo carreira como professora e diretora no Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Seu último trabalho teria sido o espetáculo “Fedra”, no qual não conseguiu realizar.
Mantendo viva a memória de sua mãe, o artista Jean Calmon Modenesi, conta que decidiu abraçar o espetáculo de dança-teatro “FEDRA” como diretor e produtor. Segundo ele, a peça vai “além da celebração à vida e à obra de Maria Lúcia”.
“O que justifica este espetáculo não é apenas apresentar um clássico da dramaturgia ao público capixaba. Se trata de um texto teatral criado por Eurípides, na Grécia antiga, e recriado por Racine, na França do século XVII, que minha mãe adaptou para a contemporaneidade, através de sua própria linguagem, respeitando a estrutura dramática original da obra”, ressaltou Jean.
Para compor a obra, Jean reuniu alguns dos profissionais com os quais Maria Lúcia trabalhou ao longo de muitos anos, além de selecionar alguns mais jovens, refazendo seu grupo de dança-teatro, a Cia Corpo em Cena, cuja protagonista é a bailarina-atriz Alanna Olívia, que interpretará o papel-título, a própria Fedra. Os bailarinos Brenor Heber, Samara Rocha e Fernando Queiroz também integram o espetáculo.
Além disso, ele convidou o coreógrafo Gil Mendes, que criou a coreografia a partir das orientações e das linhas mestras esboçadas por Maria Lúcia e sob a direção artística do próprio Jean. “Será um grande desafio levar esta obra monumental aos palcos de Vitória, mas também um prazer em proporcionar ao público capixaba este espetáculo”, contou o coreógrafo.
O diretor ainda afirmou que a obra atravessa a intensidade dramática da elaboração estética. “Em nossa montagem, respeitamos a questão principal em torno da qual gira o original grego, o conflito entre dois princípios éticos e também metafísicos”, finaliza Jean.
A peça possui patrocínio da Vale, Lei Rubem Braga e Prefeitura Municipal de Vitória. Além disso, o projeto conta com apoio da FAFI, Governo do Estado do Espírito Santo e Bar e Restaurante Casa de Bamba.
Em Vitória, enquanto diretora e coreógrafa, Maria Lúcia realizou trabalhos profissionais de destaque no meio cênico, todos patrocinados pela Lei Rubem Braga. Entre os destaques, estão “Otelo” (1994), baseado na obra homônima de Shakespeare, "Penélope" (2003), um olhar feminino sobre a "Odisséia", de Homero, "Medéia" (2001) e "Ifigênia" (2007), de Eurípides e, finalmente, "Fedra" (2008), também de Eurípedes, com o qual pretendia concluir a trilogia euripidiana, onde as personagens femininas ganham o protagonismo máximo.
Enquanto professora, formou inúmeras gerações de bailarinos e artistas tanto em sua academia no Rio de Janeiro, como em academias e oficinas no Espírito Santo, mas, sobretudo, na Escola de Dança FAFI, que ela ajudou a fundar e dirigir ao longo dos anos 1990, quando retornou à sua terra natal em definitivo.
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