Heidi Liebermann é alemã e Ivan di Cesare é argentino. Crédito: Hélio Filho/Secom e Carlos Alberto Silva
Com 473 anos de história, nossa encantadora Vitorinha, como é apelidada carinhosamente pelos capixabas, não só se destaca como a segunda melhor capital para se morar no Brasil, segundo o Índice de Desafios da Gestão Municipal (IDGM), como também tem atraído cada vez mais estrangeiros que se apaixonam por seu charme e qualidade de vida.
HZ conheceu dois gringos com coração capixaba, vindos de diferentes partes do mundo, que escolheram Vitória como seu lar. Confira a entrevista.
Ivan di Cesare: da Argentina para o clima tropical
Ivan di Cesare, dono do restaurante La Dolina, veio da Argentina e vive em Vitória há 16 anos. Para ele, o clima e a geografia da cidade foram irresistíveis. “O primeiro ano foi bem difícil em relação à comida e cultura. Uma coisa engraçada era que eu não entendia como comiam churrasco em pé durante 6 horas. Na Argentina, todos esperam o churrasqueiro finalizar as carnes e almoçamos juntos. Hoje sou fã do churrasco brasileiro, onde as pessoas passam horas em pé conversando e comendo,” compartilha Ivan com um sorriso.
Ivan Di Cesare, dono do La Dolina, é apaixonado pelo clima de Vitória. Crédito: Carlos Alberto Silva
Ele se encanta com as montanhas capixabas, que o aproximam da natureza, bem diferente das paisagens secas de Mendoza, sua cidade natal. Vitória também influenciou seu estilo culinário, ensinando-o mais sobre a qualidade dos peixes e a incorporar ingredientes locais, como o coentro, em seus pratos.
“Gosto muito do clima tropical, tem muita vida, frutas diferenciadas, comida em abundância. Vitória me abraçou com muito carinho, essa cidade significa muito pra mim”
Ivan di Cesare
Heidi Liebermann: da Alemanha para as praias brasileiras
Heidi Liebermann, artista plástica nascida em Hamburgo, Alemanha, vive em Vitória desde 1974. Casada com um arquiteto brasileiro, Heidi escolheu Vitória por suas praias e arquitetura antiga - duas paixões de qualquer europeu, segundo ela.
“A adaptação foi difícil no início. Eu não falava português e tudo era muito diferente da Alemanha ", relembra Heidi. Ela conta que encontrou apoio em uma vizinha casada com um holandês, que pacientemente a ajudou a aprender português.
“Na Alemanha eu trabalhava em uma agência de publicidade e quando me mudei pro Brasil, resolvi me dedicar à pintura. Essa foi uma das maiores influências que o Brasil teve na minha vida profissional. Foi uma decisão e tanto”, contou.
Heidi Liebermann em seu ateliê em Vitória. Crédito: Acervo pessoal
No começo os seus trabalhos ainda tinham um espírito muito europeu, mas, com o tempo, o cenário tropical acabou por influenciar a sua arte. “Vitória foi onde tive minha primeira exposição individual, algo que sempre terá um lugar especial na minha memória", diz ela. Hoje, Heidi tem muitos colecionadores de arte no estado e seu trabalho é amplamente reconhecido.
Vivendo entre as cidades portuárias de Vitória e Hamburgo, Heidi aprecia o equilíbrio entre as duas culturas e não quer abrir mão de nenhuma delas. “Vitória me acolheu, e sempre me senti muito bem vinda. Vim por causa das praias e continuo apaixonada por elas”, conclui.
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