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Publicado em 13 de agosto de 2024 às 09:00
Uma tentativa de recomeço para um mundo já colapsado. Essa é a proposta da exposição "E o mundo (não) se acabou. Narrativas de reconstrução depois do fim", que abre ao público nesta quinta-feira (15), no Sesi Jardim da Penha, em Vitória. A mostra apresenta o olhar de sete artistas para uma realidade não amigável do planeta e traz uma narrativa perspicaz de caminhos para sua reconstrução material e afetiva.
A exposição reúne obras dos artistas Luciana Duarte, Marta Monteiro, Milena Almeida, Natália Guarçoni, Paulo Kunsch, Richard Hoey e Samira Pavesi e conta com curadoria de Vitor Burgo e produção de Marcela Mattos. Segundo o curador, a exposição não se ocupa tanto com explicar o colapso do mundo.
“O colapso do mundo já está dado. É o ponto de partida da exposição. A constatação desse esgotamento de recursos, de ocorrências naturais espontâneas e decorrentes da intensa atividade humana nos faz questionar e elaborar uma tentativa de recomeço. A exposição se concentra em uma perspectiva que não é nova, mas que é levada à efeito: um novo contrato social, que seja feminino e coletivo”, diz Burgo.
A artista Natália Guarçoni conta que decidiu trazer obras que simbolizam a passagem do tempo e a criação de memórias. “Através da sobreposição de camadas, represento o delicado equilíbrio entre o que foi vivido e o que se desvanece no passado. As memórias desaparecem gradualmente, mas deixam para trás uma impressão profunda, uma espécie de sombra, que ecoa no íntimo de nossa existência ", disse.
A proposta é mostrar formas de construção de uma memória coletiva, não no sentido dos uploads em nuvem que a tecnologia tem trazido, mas como um resgate do sentido de comunidade. "Pode ser visto como um apelo à recordação de que nossas memórias não são construídas individualmente, há sempre outro presente, mediando ou interferindo em nossa relação com o mundo”, frisa Natália.
Já a artista Milena Almeida revelou que ficou com a parte final da exposição. “Era preciso ‘esperançar’. Mas, mais que isso, era preciso dar às pessoas o sentido da proposta que trouxemos desse mundo depois do fim. Meu trabalho, então, vem apresentar a sobreposição do eu e do outro, em uma tentativa de revelar que não é possível pensar a formação de um mundo de maneira tão segmentada, tão fechada”, Milena Almeida.
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