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Publicado em 18 de junho de 2022 às 09:00
Seguindo as comemorações do Mucane, que completa 29 anos em 2022, a exposição “Estandarte Negro”, do artista e pesquisador Rômulo Corrêa, é uma boa opção de lazer neste feriado. Através de estandartes, as peças buscam abordar a memória, o espaço e o tempo do povo negro capixaba.
A exposição “Estandarte Negro” traz lugares que percorreram a infância e o imaginário onírico do artista filho de pais negros. Ao todo estão expostos sete estandartes falando sobre os 11 patrimônios negros capixabas: ambiental, arquitetônico e imaterial da cidade de Vitória.
Segundo Rômulo, esses patrimônios perpassam por sua observância crítica na questão do pertencimento legítimo destes monumentos e paisagens. Seu ponto de partida para idealizar as obras foi o monumento da Dona Domingas, localizado aos pés do Palácio Anchieta, em Vitória.
“Minha observância partiu de um ponto zero, que é o monumento da Dona Domingas. Ali nasce meu incômodo como pesquisador de arte a partir dos meus estudos em arquitetura, ao ver uma mulher negra retratada pelo artista da forma que lhe convém retratar, de forma submissa e aos pés do poder hegemônico político capixaba masculino e branco. Aquela não é a ancestral Dona Domingas para o povo negro, Domingas foi uma mulher potente e dona de si”, revela.
De acordo com o artista, a exposição possui dois momentos, um da confecção e o outro que é a exposição com o objetivo de promover a educação patrimonial e racial.
“Dentro da educação patrimonial ambiental, reforcei a relação da formação de consciência para preservação e proteção ambiental que inclui os moradores das comunidades no entorno do Maciço Central do Centro e os não moradores. Já o patrimônio imaterial está representado nas oralidades pela Escola de Samba Unidos da Piedade, que nasceu dos Morros da Piedade e Fonte Grande, no Centro, e pela Banda de Congo Vira Mundo sob a regência do Mestre Renato Santos”, revela o capixaba.
Rômulo conta que idealizou o projeto durante a pandemia. Ele diz que sua relação com a matéria principal da exposição - os estandartes - é antiga. Para o artista, o objeto representa uma bandeira.
“Comecei a fazer estandartes por conta da minha relação com o carnaval, que é bem presente por lá. Para mim, o estandarte é sinônimo de bandeira, onde nós colocamos aquilo que a gente acredita. O estandarte transforma o orgulho em sentimento palpável”, destaca Rômulo.
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