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Publicado em 22 de maio de 2023 às 14:06
No próximo sábado (27), às 18h, alunos do projeto Escola de Fotógrafos Cegos vão realizar a exposição "Quando Fecho Os Meus Olhos Vejo Mais Perto", no Parque Moscoso, no Centro de Vitória. A mostra ficará exposta no parque até o dia 25 de junho e receberá, na abertura, o maior nome da fotografia cega no Brasil, João Maia.
Ao todo, 32 fotografias de 12 alunos do projeto ficarão expostas em oito totens espalhados pelo espaço e estarão abertas à visitação das 7h às 22h. Para a artista Bárbara Bragato, responsável pela curadoria das imagens, as fotos expostas no parque fazem refletir as formas de enxergar o mundo.
“Existe uma diferença muito grande entre ver e enxergar (...) É uma forma de pensar as imagens como tudo isso que habita a gente, mas fica esquecido na nossa memória. As imagens do ‘não-ver’ são essas que a gente fecha os olhos e pode sentir, são as imagens que transpiram, que usam som, que fazem arrepiar a pele. Os olhos não precisam estar abertos para que a gente enxergue", disse.
Como forma de atender todos os públicos, a exposição também contará com recursos de acessibilidade. Cada fotografia terá uma plaqueta com um QR code que direciona para as audiodescrições. O local escolhido também é acessível para cadeirantes, inclusive com banheiro adaptado. Durante o período de funcionamento da exposição estarão presentes mediadores fluentes em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
Todas as imagens são resultado de encontros, oficinas e saídas fotográficas de 12 alunos do projeto "Escola de Fotógrafos Cegos". “A metodologia foi desenvolvida pelos artistas da Cia Poéticas e incluiu a transmissão de conceitos operadores da prática fotográfica, como enquadramento, zoom e desfoque. (...) Foram exercitados jeitos diferentes de fotografar, desde o plano aberto, a imagem focada em cor, até o ‘objeto transbordante’ de um ‘big close’ com áreas desfocadas em preto e branco", explica Rejane Arruda, coordenadora do projeto.
Durante as atividades com as duas turmas, foram construídos termos e desenvolvidos novos procedimentos para o ensino de fotografia voltado a quem não enxerga, como ‘a lei do movimento mínimo’ que consiste em pequenas variações do enquadramento e muitos cliques de um só objeto.
“O trabalho se baseia também na transmissão de noções de composição visual e movimentos estéticos da Fotografia Contemporânea por meio da descrição de imagem”, complementa Rejane.
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