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Publicado em 15 de dezembro de 2022 às 08:00
Um dos reis da comédia social norte-americana (ao lado de Mel Brooks, é claro!), Christopher Durang, conhecido por textos que flertam com o ultraje e o absurdo, finalmente terá uma de suas obras mais populares adaptadas no Brasil.
Escrito em 1987, "Laughing Wild", ou "Gargalhada Selvagem", ganha montagem no país por meio da companhia capixaba WB Produções. Com público estimado em mais de cinco milhões de espectadores e adaptado para 13 países, o espetáculo tem estreia prevista para São Paulo, em 1º de abril de 2023. Após uma turnê de dois meses por lá, deve aportar no Espírito Santo em junho do mesmo ano, antes de embarcar no Rio de Janeiro, onde também ficará em cartaz por 60 dias.
O elenco é um espetáculo (desculpe o risível trocadilho!) à parte. Com direção e adaptação de Guilherme Weber, amante da obra de Durang, o dueto do palco será composto por Alexandra Richter - conhecida por seu humor refinado e sofisticado, quando o assunto é comédia - e Rodrigo Fagundes, atualmente fazendo sucesso na novela "Cara e Coragem", em uma parceria pra lá de animada com o sírio mais brasileiro que existe, Kaysar Dadour.
"Geralmente, viajamos (ao lado da parceira de WB, Bruna Dornellas), para Nova York e Buenos Aires, em busca de assistir espetáculos e adquirir os direitos para o Brasil. "Gargalhada Selvagem" estava fazendo muito sucesso na Argentina e, na época (em 2019), nos apaixonamos de imediato pelo texto", afirma Wesley Telles, um dos produtores culturais à frente da companhia capixaba.
"É uma peça que traz deboche, humor e ironia, em sua crônica sobre situações do cotidiano. Precisávamos de atores com uma veia cômica aguçada, para que se aprofundassem no texto e conseguissem expressar todo o exagero calculadamente expresso nele", enfatiza Telles.
Mas qual a história de "Gargalhada Selvagem"? Consagrada no circuito da Broadway ao lado de "Vanya and Sonia and Masha and Spike", peça mais premiada de Christopher Durang, ela é formada por três atos: um destacando a mulher (personagem que não tem nome); outro, o homem (também sem denominação); e um terceiro mostrando o encontro de ambos.
A trama se passa em um supermercado, onde os dois se esbarram, trazendo o riso através da diferença de seus dois mundos. Um humor ácido e mordaz, que explora as desigualdades do mundo moderno.
"Estamos bastante empolgados com o projeto, especialmente por Guilherme Weber ser um estudioso da obra Durang. Ele pretende fazer da peça uma homenagem ao autor. Alexandra Richter e Rodrigo Fagundes já estão estudando seus textos e os ensaios devem começar em 30 de janeiro, cerca de dois meses antes da estreia em São Paulo. Essa é a oportunidade para atores que amam comédia - e fazer teatro - se desafiarem", detalha Wesley.
Teles adianta ainda que a cenografia ficará a cargo de Daniela Thomas, excelente realizadora por trás de projetos como "Terra Estrangeira" e "O Primeiro Dia", ambos em parceria com Walter Salles. A responsabilidade pela iluminação caberá a Beto Bruel, um dos mais importantes da área no país. Beto já iluminou peças de teatro com Fernanda Montenegro e shows de Roberto Carlos.
"Ainda vamos fazer uma reunião para definir como serão as cenografias e iluminação. Queremos algo inusitado, que deixe sua marca", despista o produtor capixaba, não querendo entregar mais detalhes sobre o tema, mesmo com a insistência da reportagem.
"Contamos com o apoio da Lei de Incentivo à Cultura. Ao todo, pretendemos gerais mais de 150 empregos diretos, mostrando a força do teatro na economia criativa. A WB está a todo vapor! Para 2023, estamos na expectativa de estrear seis peças inéditas", ressalta.
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