Luisa Arraes e Caio Blat em cena do filme 'Grande Sertão', dirigido por Guel Arraes. Crédito: Helena Barreto/Divulgação
Nesta quinta-feira (6), chega aos cinemas de todo o Brasil a nova adaptação do clássico literário "Grande Sertão: Veredas", de Guimarães Rosa, dirigida por Guel Arraes. A produção promete cativar o público em cada segundo com sua abordagem inovadora e linguística poética.
A trama, situada em um futuro distópico, oferece uma reflexão profunda sobre a humanidade em tempos de guerra urbana e as diversas formas que o amor pode ter. Arraes explora as realidades duras das favelas brasileiras, convidando o público a considerar as consequências da guerra na vida dos jovens protagonistas.
O filme mantém a linguagem poética de Guimarães Rosa, uma das características mais desafiadoras do livro. A narrativa original, que é uma jornada pelo sertão brasileiro, foi transportada para um complexo de favelas em um futuro próximo. No entanto, a essência da história - os dilemas morais, a violência, e a busca por identidade - permanece intacta. Esta fidelidade ao texto de Rosa, combinada com a ambientação moderna, cria uma experiência cinematográfica única que respeita e revigora o material original.
“Eu e Jorge Furtado, que assina o roteiro comigo, vimos que, apesar de se passar em outro cenário, a narrativa de Guimarães se faz presente até os dias atuais. Resolvemos adaptar a história para um futuro próximo e trazer a questão da guerra do tráfico e mostrar os dois lados, o da polícia e do bandido”
Guel Arraes
No meio desse cenário de guerra surge o amor de Diadorim e Riobaldo, interpretados por Luisa Arraes e Caio Blat, respectivamente. Casados na vida real, Luisa e Caio são filha e genro do diretor, mas, com interpretação impecável, provaram que o talento veio muito antes dos laços de parentesco para a escolha dos atores.
Outros grandes nomes também estrelam o filme, como Rodrigo Lombardi, Eduardo Sterblitch, Luis Miranda e Mariana Nunes. Os atores entregam performances excepcionais, trazendo profundidade e autenticidade aos personagens. Suas interpretações não só capturam a complexidade das figuras literárias, mas também se destacam em um cenário que dialoga com os problemas sociais atuais.
Ator Luis Miranda vive anti-herói em releitura de clássico literário. Crédito: Helena Barreto
Reconhecimento Internacional
A produção já acumula prêmios em festivais internacionais, incluindo o Critic's Pick Tallinn Black Nights Film Festival (PÖFF) na Estônia, onde Arraes foi premiado como melhor diretor em 2023. Este reconhecimento reflete a qualidade e o extenso trabalho cinematográfico investido em "Grande Sertão".
Guel Arraes é um diretor e roteirista brasileiro conhecido por sua habilidade em adaptar obras literárias para o cinema e a televisão, mantendo a essência do texto original enquanto infunde uma visão contemporânea. Também é autor de filmes como 'O Auto da Compadecida' e 'Lisbela e o Prisioneiro'.
Com "Grande Sertão", Arraes se superou ao transpor a saga de Riobaldo e Diadorim para um cenário urbano de um Brasil futurista, cheio de conflitos entre gangues e policiais. A adaptação, que é o maior e mais desafiador projeto de sua carreira, levou cinco anos de dedicação e começou antes da pandemia de Covid-19.
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