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Internacional: Movimento Cidade terá edição no México em 2025

Em março, o Movimento Cidade fará a sua primeira itinerância internacional, levando arte urbana e debates sobre o protagonismo feminino. Veja outras novidades para este ano

Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 09:00

Movimento Cidade
Movimento Cidade fará sua primeira itinerância no México Crédito: Vans Bumbeers / Divulgação

O Movimento Cidade, um dos principais festivais culturais do Espírito Santo, prepara-se para uma expansão internacional em 2025. Em março, a Cidade do México será palco de uma edição itinerante do festival, que levará intervenções artísticas, bate-papos e reflexões sobre mobilidade urbana, diversidade e sustentabilidade.

Com apenas sete anos de existência, o festival consolidou-se como uma das maiores iniciativas culturais do Espírito Santo, unindo diversas linguagens artísticas e promovendo debates sobre sustentabilidade e mobilidade urbana. Em 2024, reuniu cerca de 100 mil pessoas no Parque da Prainha, em Vila Velha, com apresentações de artistas como Criolo, Marina Sena e Silva.

A ação no México será em parceria com a Embaixada do Brasil, o Instituto Guimarães Rosa e apoio de editais de circulação cultural. Segundo Leo Alves, fundador do projeto, essa versão no exterior foi pensada não apenas por conta de um crescimento natural do projeto, mas na ideia de ampliar a discussão sobre a cidade para outros países da América Latina.

Entre as ações previstas estão o projeto MC mulheres, que é voltado para as questões de gênero e estabelece diálogo com as mulheres dentro do universo cultural, e o MC Arte. “O MC Arte é uma galeria de arte urbana que ocupa diversos bairros e territórios da Grande Vitória e do país. Já fizemos esse projeto em vários lugares e agora vamos levar um pouco dessa experiência para o México”, contou.

Movimento Cidade
O evento levará intervenções artísticas, bate-papos e reflexões sobre mobilidade urbana, diversidade e sustentabilidade Crédito: Vans Bumbeers / Thompson Griffo/ Divulgação /

O festival vai realizar um mural artistico de intervenção urbana com dois artistas capixabas, Amanda Lobos e o Handerson Chic. “São artistas negros, capixabas, que vão participar dessa intervenção artística com um artista mexicano. Estamos no processo de curadoria para escolha do artista local”, disse.

Como surgiu o festival

Criado em 2018, o Movimento Cidade nasceu como uma mostra audiovisual voltada para reflexões sobre mobilidade urbana. De acordo com Luisa Costa, sócia-diretora do projeto, a primeira edição ocorreu na sede da Rede Gazeta, com uma programação que incluía palestras, bate-papos e apresentações artísticas na Curva da Sereia.

Movimento Cidade
O evento levará intervenções artísticas, bate-papos e reflexões sobre mobilidade urbana, diversidade e sustentabilidade Crédito: Vans Bumbeers / Gabriel Siqueira / Divulgação

Desde então, o projeto evoluiu para um festival de artes integradas, abraçando quatro principais linguagens: audiovisual, música, artes visuais e performances. “Era uma proposta nova no estado, que já nasceu com a ideia de integrar diferentes atividades e provocar discussões essenciais sobre as cidades”, explica Luisa.

Um dos pilares do Movimento Cidade é a diversidade, refletida em sua equipe majoritariamente feminina. “A diversidade é um dos nossos pilares. Nossa equipe é composta, em sua maioria, por mulheres, algo que nos dá muito orgulho. Também valorizamos a diversidade sexual, de gênero e de raça. Ver uma equipe construída e pensada a partir desse olhar é muito importante, inclusive nos projetos que desenvolvemos”, destacou.

Em dezembro de 2024, Luisa recebeu o Prêmio Capixaba de Valor da Rede Gazeta, um marco em sua trajetória. “É um reconhecimento de uma história que começou ainda na universidade, com meu trabalho de conclusão de curso sobre cultura e público capixaba. Esse prêmio simboliza a trajetória do Movimento Cidade e todos os momentos históricos que vivemos”, reflete.

Luisa Costa (Capixaba de Valor)
Luisa recebeu o Prêmio Capixaba de Valor Crédito: Mônica Zorzanelli

Planejamentos para 2025

O festival cresceu tanto que hoje é uma empresa. Segundo o fundador do projeto, um dos grandes diferenciais do Movimento Cidade é ser capixaba. "Acho que temos essa característica de ser um estado em crescimento, onde nem tudo está pronto. Estamos em um processo de construção, e o Movimento Cidade provoca esse lugar de encontro da música e das artes integradas em um único espaço, algo que não tínhamos".

“Nosso estado não tinha um grande festival para chamar de seu, assim como os outros estados do Sudeste, e o Movimento Cidade está ocupando esse lugar”

Leo Alves

Leo Alves também destaca a mistura de linguagens e o compromisso com a inclusão como diferenciais. “Não somos apenas um festival de música ou cinema. A integração de artes visuais, dança, performance e audiovisual é o que nos torna únicos. Além disso, temos um olhar atento à diversidade de gênero, raça e inclusão de públicos como pessoas com deficiência (PCD), o que fortalece a identidade do projeto.”

Movimento Cidade
A mistura de linguagens e o compromisso com a inclusão são diferenciais do MC Crédito: Melina Furlan / Gabriel Siqueira / Divulgação

Entre os planos da produtora para 2025, destacam-se o “Festival Pinta, Canta e Dança” (PCD), voltado para pessoas com deficiência, com edições previstas para Vitória e São Paulo, e o projeto “Onde Há Rede, Há Renda”, focado em redes de tecnologia, empreendedorismo e educação financeira.

“Esse projeto de redes de tecnologia é voltado para o público jovem e será realizado em quatro cidades. Três ainda não foram definidas, mas uma delas será Guarujá, em São Paulo. Acontecerá entre o final do primeiro semestre e o segundo semestre de 2025”, revelou Leo.

Desafios e sonhos futuros

Entre os desafios de produzir cultura no Brasil, Luisa Costa cita a sustentabilidade, tanto financeira quanto ambiental. “Manter projetos ao longo dos anos é um grande desafio. Queremos criar eventos que gerem impacto positivo, com menos resíduos e mais envolvimento sociocultural”.

Movimento Cidade
Movimento Cidade 2024 teve shows do Criolo e Marina Sena Crédito: Vans Bumbeers / Divulgação

Quando questionada sobre o futuro, Luisa destaca o sonho de manter o festival como um espaço gratuito e acessível para todos. “Queremos ser uma janela do Espírito Santo para o mundo, mostrando nossa identidade e conectando artistas locais ao cenário global. A sustentabilidade e a expansão da programação são objetivos fundamentais”, conclui.

O Movimento Cidade, com sua proposta inovadora e compromisso com a diversidade e inclusão, se consolidou como um marco cultural no Espírito Santo e, agora, avança com um olhar internacional. Ao expandir suas fronteiras e conectar o local ao global, o festival não apenas celebra a arte em suas múltiplas formas, mas também impulsiona importantes discussões sobre sustentabilidade e cultura urbana.

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