Quatro anos depois de ter sido anunciado vencedor, Chico Buarque recebeu o prêmio Camões de literatura das mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cerimônia foi no Palácio de Queluz, em Sintra, em Portugal. Crédito: Ana Rojas/Folhapress
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez um paralelo com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e marcas de totalitarismo e ditadura no âmbito da cultura nacional. Ao citar a negação às artes, Lula disse corrigir, nesta segunda-feira, 24, um erro da gestão anterior contra a cultura brasileira. "É uma satisfação corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura. O prêmio Camões deveria ter sido entregue a Chico Buarque em 2019 e não foi", declarou Lula, em evento de entrega do Prêmio Camões de 2019 ao cantor e compositor brasileiro.
Chico Buarque foi escolhido vencedor do prêmio por unanimidade dos jurados, mas ainda não havia recebido devido à recusa de Bolsonaro, então presidente, a assinar o diploma. À época da polêmica, o ex-chefe do Executivo afirmou, em tom irônico, que entregaria o prêmio ao cantor "até 31 de dezembro de 2026", referindo-se a um possível segundo mandato, antes de ser derrotado nas urnas por Lula.
"O ataque à cultura foi dimensão importante do projeto que a extrema direita tentou implementar no Brasil", disse Lula.
De acordo com presidente da República, se hoje ele pôde fazer esse "gesto de reparação e celebração" da obra do Chico, é "porque a democracia venceu no Brasil".
No discurso, Lula destacou que o obscurantismo e negação das artes foram marca do totalitarismo e das ditaduras. "Esse prêmio é uma resposta do talento contra a censura, do engenho contra a força bruta", disse.
Também presente no evento, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que Lula é "amigo de Portugal e dos portugueses".
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